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Exemplos de

Ma

231 resultados encontrados


1. Mestre

es títulos, que são, para o mestrado em artes e letras, o ‎
ster of Arts ( MA), para o mestrado em ciências, o Master o
são, para o mestrado em artes e letras, o Master of Arts ( ‎
), para o mestrado em ciências, o Master of Science ( MS ou
as, o Master of Arts ( MA), para o mestrado em ciências, o ‎
ster of Science ( MS ou MSc ) e centenas de outros similares
MS ou MSc ) e centenas de outros similares e equivalentes ( ‎
ster of Fine Arts, MFA, Master of Public Health (MPH), etc,
outros similares e equivalentes ( Master of Fine Arts, MFA, ‎
ster of Public Health (MPH), etc, etc.. Nos Estados Unidos d

2. Marajá

O nome científico da palmeira ‎
rajá é: Pyrenoglyphis Ma- raja.
O nome científico da palmeira marajá é: Pyrenoglyphis ‎
- raja.

3. Equilíbrio

ada estrela fria um brilho de a...lu...guel E nuvens lá no ‎
ta-borrão do céu Chupavam manchas torturadas, que sufoco l
a...lu...guel E nuvens lá no mata-borrão do céu Chupavam ‎
nchas torturadas, que sufoco louco O bêbado com chapéu coc
um rabo de foguete Chora a nossa pátria mãe gentil Choram ‎
rias e clarisses no solo do Brasil Mas sei que uma dor assim
ria mãe gentil Choram marias e clarisses no solo do Brasil ‎
s sei que uma dor assim pungente não há de ser inutilmente
il Choram marias e clarisses no solo do Brasil Mas sei que u‎
dor assim pungente não há de ser inutilmente A espe...ran
orda bamba de sombrinha E em cada passo dessa linha pode se ‎
...chu...car Azar, a esperança equilibrista Sabe que o show

4. Restinga

Um dos exemplos que podemos citar é a restinga da ‎
- rambaia, no estado do Rio de Janeiro, zona militar usada p
mbaia, no estado do Rio de Janeiro, zona militar usada pela ‎
rinha para exercícios.


5. Amore

"Bisognerebbe non conoscerlo ‎
i, l'amore. Continuare a sperarci.. Ma che non venisse mai",
erebbe non conoscerlo mai, l'amore. Continuare a sperarci.. ‎
che non venisse mai", Carlo Cassola.
lo mai, l'amore. Continuare a sperarci.. Ma che non venisse ‎
i", Carlo Cassola.

6. Ji-parana-ro

Ji-paraná em tupi-guarani significa literalmente ¨ rio do ‎
- chado ¨ ( ji-paraná)

7. Guiana

s principais atividades são a mineração e a exploração ‎
- dereira.

8. Maçarico

As principais espécies são : ‎
çarico-galego; maçarico- -do-Congo; maçarico-solitário;
As principais espécies são : maçarico-galego; ‎
çarico- -do-Congo; maçarico-solitário; maçarico-das-roch
is espécies são : maçarico-galego; maçarico- -do-Congo; ‎
çarico-solitário; maçarico-das-rochas; ma- çarico-real.
çarico-galego; maçarico- -do-Congo; maçarico-solitário; ‎
çarico-das-rochas; ma- çarico-real.
ico- -do-Congo; maçarico-solitário; maçarico-das-rochas; ‎
- çarico-real.


9. Anonáceas

As espécies ‎
is conhecidas são: a graviola (VIDE) , o ma- rolo (VIDE), o
As espécies mais conhecidas são: a graviola (VIDE) , o ‎
- rolo (VIDE), o biribá (VIDE) e a cabeça-de-negro (VIDE).

10. Taverna

antasy? What think you of it? Hamlet. Ato I. Shakespeare I U‎
NOITE DO SÉCULO Bebamos! nem um canto de saudade! Morrem n
enas horríveis! Não vedes que as mulheres dormem ébrias, ‎
cilentas como defuntos? Não sentis que o sono da embriaguez
mece murmurando as canções de orgia de Tieck, que música ‎
is bela que o alarido da saturnal? Quando as nuvens correm n
negras no céu como um bando de corvos errantes, e a lua des‎
ia como a luz de uma lâmpada sobre a alvura de uma beleza q
um bando de corvos errantes, e a lua desmaia como a luz de u‎
lâmpada sobre a alvura de uma beleza que dorme, que melhor
a lua desmaia como a luz de uma lâmpada sobre a alvura de u‎
beleza que dorme, que melhor noite que a passada ao reflexo
aças? — És um louco, Bertram! não é a lua que lá vai ‎
cilenta: e o relâmpago que passa e ri de escárnio as agoni
? — É o Fichtismo na embriaguez! Espiritualista, bebe a i‎
terialidade da embriaguez! — Oh! vazio! meu copo esta vazi
borrifa de lava? — O vinho acabou-se nos copos, Bertram, ‎
s o fumo ondula ainda nos cachimbos! Após os vapores do vin
da nos cachimbos! Após os vapores do vinho os vapores da fu‎
ça! Senhores, em nome de todas as nossas reminiscências, d
e mentiram, de todas as nossas esperanças que desbotaram, u‎
última saúde! A taverneira ai nos trouxe mais vinho: uma
am, de todas as nossas esperanças que desbotaram, uma últi‎
saúde! A taverneira ai nos trouxe mais vinho: uma saúde!
desbotaram, uma última saúde! A taverneira ai nos trouxe ‎
is vinho: uma saúde! O fumo e a imagem do idealismo, e o tr
uma última saúde! A taverneira ai nos trouxe mais vinho: u‎
saúde! O fumo e a imagem do idealismo, e o transunto de tu
averneira ai nos trouxe mais vinho: uma saúde! O fumo e a i‎
gem do idealismo, e o transunto de tudo quanto ha mais vapor
mo e a imagem do idealismo, e o transunto de tudo quanto ha ‎
is vaporoso naquele espiritualismo que nos fala da imortalid
so naquele espiritualismo que nos fala da imortalidade da al‎
! e pois, ao fumo das Antilhas, a imortalidade da alma! —
da alma! e pois, ao fumo das Antilhas, a imortalidade da al‎
! — Bravo! bravo! Um urrah! tríplice respondeu ao moço m
se-lhe o reflexo das luzes do festim. Falou: — Calai-vos, ‎
lditos! a imortalidade da alma!? pobres doidos! e porque a a
festim. Falou: — Calai-vos, malditos! a imortalidade da al‎
!? pobres doidos! e porque a alma é bela, por que não conc
ditos! a imortalidade da alma!? pobres doidos! e porque a al‎
é bela, por que não concebeis que esse ideal posse tornar
er que ele morra? Doidos! nunca velada levastes porventura u‎
noite a cabeceira de um cadáver? E então não duvidastes
ópio do sono que emudecia aquele homem? Imortalidade da al‎
! e por que também não sonhar a das flores, a das brisas,
ores, a das brisas, a dos perfumes? Oh! não mil vezes! a al‎
não é como a lua, sempre moça, nua e bela em sue virgind
e moça, nua e bela em sue virgindade eterna! a vida não e ‎
is que a reunião ao acaso das moléculas atraídas: o que e
aídas: o que era um corpo de mulher vai porventura transfor‎
r-se num cipreste ou numa nuvem de miasmas; o que era um cor
o de mulher vai porventura transformar-se num cipreste ou nu‎
nuvem de miasmas; o que era um corpo do verme vai alvejar-s
porventura transformar-se num cipreste ou numa nuvem de mias‎
s; o que era um corpo do verme vai alvejar-se no cálice da
vai alvejar-se no cálice da flor ou na fronte da criança ‎
is loira e bela. Como Schiller o disse, o átomo da intelig
o; pelo platonismo, não! — Solfieri! és um insensato! o ‎
terialismo é árido como o deserto, é escuro como um túmu
mo o deserto, é escuro como um túmulo! A nós frontes quei‎
das pelo mormaço do sol da vida, a nós sobre cuja cabeça
é escuro como um túmulo! A nós frontes queimadas pelo mor‎
ço do sol da vida, a nós sobre cuja cabeça a velhice rege
ho da minha cabeceira era o espírito puro ajoelhado no seu ‎
nto argênteo, num oceano de aromas e luzes! Ilusões! a rea
ito puro ajoelhado no seu manto argênteo, num oceano de aro‎
s e luzes! Ilusões! a realidade é a febre do libertino, a
alpitante sobre os joelhos. — Blasfêmia! e não crês em ‎
is nada? teu ceticismo derribou todas as estátuas do teu te
utopia do bem absoluto, o sol da luz e do amor, muito bem! ‎
s, se entendeis por ele os ídolos que os homens ergueram ba
ergueram banhados de sangue e o fanatismo beija em sua inani‎
ção de mármore de há cinco mil anos... não creio nele!
a ardente daquela terra como nem Homero as sonhou, como a hu‎
nidade inteira ajoelhada sobre os túmulos do passado nunca
nidade inteira ajoelhada sobre os túmulos do passado nunca ‎
is lembrará! Mas, quando me falarem em verdades religiosas,
joelhada sobre os túmulos do passado nunca mais lembrará! ‎
s, quando me falarem em verdades religiosas, em visões sant
panteísmo de Spinoza — o judeu, e o esterismo crente de ‎
lebranche nos seus sonhos da visão em Deus. A verdadeira fi
elemento sensível quem domina. E pois ergamo-nos, nos que a‎
nhecemos nas noites desbotadas de estudo insano, e vimos que
dade chamou Baco o filho das coxas de um deus e do amor de u‎
mulher, e que nos chamamos melhor pelo seu nome — o vinho
das coxas de um deus e do amor de uma mulher, e que nos cha‎
mos melhor pelo seu nome — o vinho!... — Ao vinho! ao vi
caíram vazios na mesa. — Agora ouvi-me, senhores! entre u‎
saúde e uma baforada de fumaça, quando as cabeças queima
s na mesa. — Agora ouvi-me, senhores! entre uma saúde e u‎
baforada de fumaça, quando as cabeças queimam e os cotove
ora ouvi-me, senhores! entre uma saúde e uma baforada de fu‎
ça, quando as cabeças queimam e os cotovelos se estendem n
ma saúde e uma baforada de fumaça, quando as cabeças quei‎
m e os cotovelos se estendem na toalha molhada de vinho, com
braços do carniceiro no cepo gotejante, o que nos cabe é u‎
historia sanguinolenta, um daqueles contos fantásticos com
ria sanguinolenta, um daqueles contos fantásticos como Hoff‎
nn os delirava ao clarão dourado do Johannisberg! — Uma h
ffmann os delirava ao clarão dourado do Johannisberg! — U‎
história medonha, não, Archibald? falou um moço pálido
alou um moço pálido que a esse reclamo erguera a cabeça a‎
relenta. Pois bem, dir-vos-ei uma historia. Mas quanto a ess
reclamo erguera a cabeça amarelenta. Pois bem, dir-vos-ei u‎
historia. Mas quanto a essa, podeis tremer a gosto, podeis
ra a cabeça amarelenta. Pois bem, dir-vos-ei uma historia. ‎
s quanto a essa, podeis tremer a gosto, podeis suar a frio d
io da fronte grossas bagas de terror. Não é um conto, é u‎
lembrança do passado. — Solfieri! Solfieri! aí vens com
ri! aí vens com teus sonhos! — Conta! Solfieri falou: os ‎
is fizeram silêncio. II SOLFIERI ...Yet one kiss on your pa
so warm — my heart! my heart! Cain. Byron — Sabei-lo. Ro‎
é a cidade do fanatismo e da perdição: na alcova do sace
mor, o beijo lascivo à embriaguez da crença! — Era em Ro‎
. Uma noite a lua ia bela como vai ela no verão pôr aquele
o beijo lascivo à embriaguez da crença! — Era em Roma. U‎
noite a lua ia bela como vai ela no verão pôr aquele céu
. Eu passeava a sós pela ponte de... As luzes se apagaram u‎
por uma nos palácios, as ruas se fazias ermas, e a lua de
seava a sós pela ponte de... As luzes se apagaram uma por u‎
nos palácios, as ruas se fazias ermas, e a lua de sonolent
se apagaram uma por uma nos palácios, as ruas se fazias er‎
s, e a lua de sonolenta se escondia no leito de nuvens. Uma
rmas, e a lua de sonolenta se escondia no leito de nuvens. U‎
sombra de mulher apareceu numa janela solitária e escura.
scondia no leito de nuvens. Uma sombra de mulher apareceu nu‎
janela solitária e escura. Era uma forma branca. — A fac
ra de mulher apareceu numa janela solitária e escura. Era u‎
forma branca. — A face daquela mulher era como a de uma e
mulher apareceu numa janela solitária e escura. Era uma for‎
branca. — A face daquela mulher era como a de uma estátu
uma forma branca. — A face daquela mulher era como a de u‎
estátua pálida à lua. Pelas faces dela, como gotas de um
a estátua pálida à lua. Pelas faces dela, como gotas de u‎
taça caída, rolavam fios de lágrimas. Eu me encostei a a
dela, como gotas de uma taça caída, rolavam fios de lágri‎
s. Eu me encostei a aresta de um palácio. A visão desapare
desapareceu no escuro da janela... e daí um canto se derra‎
va. Não era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um
ro da janela... e daí um canto se derramava. Não era só u‎
voz melodiosa: havia naquele cantar um como choro de frenes
Não viu a ninguém: saiu. Eu segui-a. A noite ia cada vez ‎
is alta: a lua sumira-se no céu, e a chuva caía as gotas p
esadas: apenas eu sentia nas faces caírem-me grossas lágri‎
s de água, como sobre um túmulo prantos de órfão. Andamo
aves da noite. Não sei se adormeci: sei apenas que quando a‎
nheceu achei-me a sós no cemitério. Contudo a criatura pá
a sós no cemitério. Contudo a criatura pálida não fora u‎
ilusão: as urzes, as cicutas do campo-santo estavam quebra
urzes, as cicutas do campo-santo estavam quebradas junto a u‎
cruz. O frio da noite, aquele sono dormido à chuva, causar
O frio da noite, aquele sono dormido à chuva, causaram-me u‎
febre. No meu delírio passava e repassava aquela brancura
se perdia num canto suavíssimo... Um ano depois voltei a Ro‎
. Nos beijos das mulheres nada me saciava: no sono da sacied
me saciava: no sono da saciedade me vinha aquela visão... U‎
noite, e após uma orgia, eu deixara dormida no leito dela
da saciedade me vinha aquela visão... Uma noite, e após u‎
orgia, eu deixara dormida no leito dela a condessa Bárbara
o dela a condessa Bárbara. Dei um último olhar àquela for‎
nua e adormecida com a febre nas faces e a lascívia nos l
na mesa: nos lábios daquela criatura eu bebera até a últi‎
gota o vinho do deleite... Quando dei acordo de mim estava
o círios batiam num caixão entreaberto. Abri-o: era o de u‎
moça. Aquele branco da mortalha, as grinaldas da morte na
dela, naquela tez lívida e embaçada, o vidrento dos olhos ‎
l apertados... Era uma defunta! ... e aqueles traços todos
ida e embaçada, o vidrento dos olhos mal apertados... Era u‎
defunta! ... e aqueles traços todos me lembraram uma idéi
Era uma defunta! ... e aqueles traços todos me lembraram u‎
idéia perdida. . — Era o anjo do cemitério? Cerrei as p
fora do caixão. Pesava como chumbo... Sabeis a historia de ‎
ria Stuart degolada e o algoz, "do cadáver sem cabeça
homem sem coração" como a conta Brantôme? — Foi u‎
idéia singular a que eu tive. Tomei-a no colo. Preguei-lhe
o véu e a capela como o noivo as despe a noiva. Era mesmo u‎
estátua: tão branca era ela. A luz dos tocheiros dava-lhe
zo foi fervoroso — cevei em perdição aquela vigília. A ‎
drugada passava já frouxa nas janelas. Àquele calor de meu
, à convulsão de meu amor, a donzela pálida parecia reani‎
r-se. Súbito abriu os olhos empanados. Luz sombria alumiou-
abriu os olhos empanados. Luz sombria alumiou-os como a de u‎
estrela entre névoa, apertou-me em seus braços, um suspir
lhe nos beiços azulados... Não era já a morte: era um des‎
io. No aperto daquele abraço havia contudo alguma coisa de
era um desmaio. No aperto daquele abraço havia contudo algu‎
coisa de horrível. O leito de lájea onde eu passara uma h
guma coisa de horrível. O leito de lájea onde eu passara u‎
hora de embriaguez me resfriava. Pude a custo soltar-me daq
sentem-se os membros tolhidos, e as faces banhadas de lágri‎
s alheias sem poder revelar a vida! A moça revivia a pouco
elar a vida! A moça revivia a pouco e pouco. Ao acordar des‎
iara. Embucei-me na capa e tomei-a nos braços coberta com s
a capa e tomei-a nos braços coberta com seu sudário como u‎
criança. Ao aproximar-me da porta topei num corpo; abaixei
raços coberta com seu sudário como uma criança. Ao aproxi‎
r-me da porta topei num corpo; abaixei-me, olhei: era algum
ido de fechar a porta . Saí. Ao passar a praça encontrei u‎
patrulha. — Que levas aí? A noite era muito alta: talvez
alvez me cressem um ladrão. — É minha mulher que vai des‎
iada... — Uma mulher!... Mas essa roupa branca e longa? Se
m um ladrão. — É minha mulher que vai desmaiada... — U‎
mulher!... Mas essa roupa branca e longa? Serás acaso roub
— É minha mulher que vai desmaiada... — Uma mulher!... ‎
s essa roupa branca e longa? Serás acaso roubador de cadáv
guarda aproximou-se. Tocou-lhe a fronte: era fria. — É u‎
defunta... Cheguei meus lábios aos dela. Senti um bafejo m
. Temeroso de que ouvissem-na gritar e acudissem, corri com ‎
is esforço. Quando eu passei a porta ela acordou. O primeir
O primeiro som que lhe saiu da boca foi um grito de medo... ‎
l eu fechara a porta, bateram nela. Era um bando de libertin
de libertinos meus companheiros que voltavam da orgia. Recla‎
ram que abrisse. Fechei a moça no meu quarto, e abri. Meia
de um rir convulso como a insânia, e frio como a folha de u‎
espada. Trespassava de dor o ouvi-la. Dois dias e duas noit
tuário que trabalhava perfeitamente em cera, e paguei-lhe u‎
estátua dessa virgem. Quando o escultor saiu, levantei os
com as mãos cavei aí um túmulo. Tomei-a então pela últi‎
vez nos braços, apertei-a a meu peito muda e fria, beijei-
lha e paguei o segredo... — Não te lembras, Bertram, de u‎
forma branca de mulher que entreviste pelo véu do meu cort
paguei o segredo... — Não te lembras, Bertram, de uma for‎
branca de mulher que entreviste pelo véu do meu cortinado?
meu cortinado? Não te lembras que eu te respondi que era u‎
virgem que dormia? — E quem era essa mulher, Solfieri?
Solfieri? — Quem era? seu nome? — Quem se importa com u‎
palavra quando sente que o vinho lhe queima assaz os lábio
se importa com uma palavra quando sente que o vinho lhe quei‎
assaz os lábios? quem pergunta o nome da prostituta com qu
há dele mister por escrever-lho na lousa? Solfieri encheu u‎
taça e bebeu-a. Ia erguer-se da mesa quando um dos conviva
e defunta. Hei-la! Abriu a camisa, e viram-lhe ao pescoço u‎
grinalda de flores mirradas. —Vede-la murcha e seca como
Childe Harold, I. Byron Um outro conviva se levantou. Era u‎
cabeça ruiva, uma tez branca, uma daquelas criaturas fleum
Byron Um outro conviva se levantou. Era uma cabeça ruiva, u‎
tez branca, uma daquelas criaturas fleumáticas que não he
onviva se levantou. Era uma cabeça ruiva, uma tez branca, u‎
daquelas criaturas fleumáticas que não hesitarão ao trop
vinho, e com a barba nas mãos alvas, com os olhos de verde-‎
r fixos, falou: — Sabeis, uma mulher levou-me a perdição
alvas, com os olhos de verde-mar fixos, falou: — Sabeis, u‎
mulher levou-me a perdição. Foi ela quem me queimou a fro
us três melhores amigos, abrir três túmulos àqueles que ‎
is me amavam na vida — e depois, depois sentir-me só e ab
melhores amigos, abrir três túmulos àqueles que mais me a‎
vam na vida — e depois, depois sentir-me só e abandonado
sentir-me só e abandonado no mundo, como a infanticida que ‎
tou o seu filho, ou aquele Mouro infeliz junto a sua Desdêm
z junto a sua Desdêmona pálida! Pois bem, vou contar-vos u‎
história que começa pela lembrança desta mulher... Havia
que começa pela lembrança desta mulher... Havia em Cadiz u‎
donzela... linda daquele moreno das Andaluzas que não há
moreno das Andaluzas que não há vê-las sob as franjas da ‎
ntilha acetinada, com as plantas mimosas, as mãos de alabas
ão doces, são puros, são embriagadores, vos ainda o sois ‎
is! Oh! por esse eivar a eito de gozos de uma existência fo
s ainda o sois mais! Oh! por esse eivar a eito de gozos de u‎
existência fogosa nunca pude esquecer-vos! Senhores! aí t
. . . . . . . . . . . . . . . . . Amei muito essa moça, cha‎
va-se Ângela. Quando eu estava decidido a casar-me com ela,
s ao relento a espreitar-lhe da sombra um aceno, um adeus, u‎
flor, quando após tanto desejo e tanta esperança eu sorvi
vi-lhe o primeiro beijo, tive de partir da Espanha para Dina‎
rca onde me chamava meu pai. Foi uma noite de soluços e lá
beijo, tive de partir da Espanha para Dinamarca onde me cha‎
va meu pai. Foi uma noite de soluços e lágrimas, de choros
tir da Espanha para Dinamarca onde me chamava meu pai. Foi u‎
noite de soluços e lágrimas, de choros e de esperanças,
onde me chamava meu pai. Foi uma noite de soluços e lágri‎
s, de choros e de esperanças, de beijos e promessas, de amo
pôs as mãos na minha cabeça, banhou-me a fronte de lágri‎
s — eram as últimas — depois deixou-se cair, pôs as m
a cabeça, banhou-me a fronte de lágrimas — eram as últi‎
s — depois deixou-se cair, pôs as mãos no peito, e com o
cou-se-lhe na garganta: todos choravam. Eu também chorava, ‎
s era de saudades de Ângela... Logo que pude reduzir minha
dela! Muito ardentes foram aquelas horas de amor e de lágri‎
s, de saudades e beijos, de sonhos e maldições pare nos es
s de amor e de lágrimas, de saudades e beijos, de sonhos e ‎
ldições pare nos esqueceremos um do outro. . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . U‎
noite, dois vultos alvejavam nas sombras de um jardim, as f
r de um vestido, as brisas soluçavam aos soluços de dois a‎
ntes, e o perfume das violetas que eles pisavam, das rosas e
tes, e o perfume das violetas que eles pisavam, das rosas e ‎
dressilvas que abriam em torno deles era ainda mais doce per
as rosas e madressilvas que abriam em torno deles era ainda ‎
is doce perdido no perfume dos cabelos soltos de uma mulher.
a ainda mais doce perdido no perfume dos cabelos soltos de u‎
mulher... Essa noite — foi uma loucura! foram poucas hora
ume dos cabelos soltos de uma mulher... Essa noite — foi u‎
loucura! foram poucas horas de sonhos de fogo! e quão brev
ento se embriagou de deleite nas nossas frontes pálidas... ‎
s um dia o marido soube tudo: quis representar de Otelo com
agou de deleite nas nossas frontes pálidas... Mas um dia o ‎
rido soube tudo: quis representar de Otelo com ela. Doido!..
ssar nas cortinas brancas a sombra do anjo. Quando passei, u‎
voz chamou-me. Entrei. — Ângela com os pés nus, o vesti
ola sacudiu seus longos cabelos negros e riu-se. Entramos nu‎
sala. Ela foi buscar uma luz, e deixou-me no escuro. Procur
abelos negros e riu-se. Entramos numa sala. Ela foi buscar u‎
luz, e deixou-me no escuro. Procurei, tateando, um lugar pa
ro. Procurei, tateando, um lugar para assentar-me: toquei nu‎
mesa. Mas ao passar-lhe a mão senti-a banhada de umidade:
rei, tateando, um lugar para assentar-me: toquei numa mesa. ‎
s ao passar-lhe a mão senti-a banhada de umidade: além sen
passar-lhe a mão senti-a banhada de umidade: além senti u‎
cabeça fria como neve e molhada de um líquido espesso e m
Quando Ângela veio com a luz, eu vi... Era horrível!... O ‎
rido estava degolado. Era uma estátua de gesso lavada em sa
, eu vi... Era horrível!... O marido estava degolado. Era u‎
estátua de gesso lavada em sangue... Sobre o peito do assa
so lavada em sangue... Sobre o peito do assassinado estava u‎
criança de bruços. Ela ergueu-a pelos cabelos... Estava m
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Foi u‎
vida insana a minha com aquela mulher! Era um viajar sem fi
viajar sem fim. Ângela vestia-se de homem: era um formoso ‎
ncebo assim. No demais ela era como todos os moços libertin
gela vestia-se de homem: era um formoso mancebo assim. No de‎
is ela era como todos os moços libertinos que nas mesas da
da orgia batiam com a taça na taça dela. Bebia já como u‎
inglesa, fumava como uma Sultana, montava a cavalo como um
am com a taça na taça dela. Bebia já como uma inglesa, fu‎
va como uma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e atir
ça na taça dela. Bebia já como uma inglesa, fumava como u‎
Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e atirava as arma
ma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e atirava as ar‎
s como um Espanhol. Quando o vapor dos licores me ardia a fr
Espanhol. Quando o vapor dos licores me ardia a fronte ela ‎
repousava em seus joelhos, tomava um bandolim e me cantava
cores me ardia a fronte ela ma repousava em seus joelhos, to‎
va um bandolim e me cantava as modas de sua terra... Nossos
. . . . . . . . . . . . . . . . Um dia ela partiu: partiu, ‎
s deixou-me os lábios ainda queimados dos seus, e o coraç
dia ela partiu: partiu, mas deixou-me os lábios ainda quei‎
dos dos seus, e o coração cheio de gérmen de vícios que
o cheio de gérmen de vícios que ela aí lançara. Partiu. ‎
s sua lembrança ficou como o fantasma de um mau anjo perto
aí lançara. Partiu. Mas sua lembrança ficou como o fantas‎
de um mau anjo perto de meu leito. Quis esquecê-la no jogo
ara. Partiu. Mas sua lembrança ficou como o fantasma de um ‎
u anjo perto de meu leito. Quis esquecê-la no jogo, nas beb
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . U‎
noite eu caíra ébrio as portas de um palácio: os cavalos
e eu caíra ébrio as portas de um palácio: os cavalos de u‎
carruagem pisaram-me ao passar e partiram-me a cabeça de e
de encontro à lájea. Acudiram-me desse palácio. Depois a‎
ram-me: a família era um nobre velho viúvo e uma beleza pe
. Depois amaram-me: a família era um nobre velho viúvo e u‎
beleza peregrina de dezoito anos. Não era amor de certo o
certo o que eu sentia por ela... Não sei o que foi... Era u‎
fatalidade infernal. A pobre inocente amou-me; e eu, recebi
oubei-a, fugi com ela... E o velho teve de chorar suas cãs ‎
nchadas na desonra de sua filha, sem poder vingar-se. Depois
njoei-me dessa mulher. A saciedade é um tédio terrível. U‎
noite que eu jogava com Siegfried — o pirata, depois de p
jogava com Siegfried — o pirata, depois de perder as últi‎
s jóias dela, vendi-a. A moça envenenou Siegfried logo na
istórias do meu viver, vossas vigílias correriam breves de‎
is… Um dia — era na Itália — saciado de vinho e mulhe
eu chegara só na praia. Subi num rochedo: daí minha últi‎
voz foi uma blasfêmia, meu último adeus uma maldição, m
só na praia. Subi num rochedo: daí minha última voz foi u‎
blasfêmia, meu último adeus uma maldição, meu último..
í minha última voz foi uma blasfêmia, meu último adeus u‎
maldição, meu último... digo mal, porque senti-me erguid
minha última voz foi uma blasfêmia, meu último adeus uma ‎
ldição, meu último... digo mal, porque senti-me erguido n
mia, meu último adeus uma maldição, meu último... digo ‎
l, porque senti-me erguido nas águas pelo cabelo. Então na
o anelo da vida acordou-se em mim. A princípio tinha sido u‎
cegueira, uma nuvem ante meus olhos, como aos daquele que l
a acordou-se em mim. A princípio tinha sido uma cegueira, u‎
nuvem ante meus olhos, como aos daquele que labuta na treva
eio ardente: apertei aquele que me socorria: fiz tanto, em u‎
palavra, que, sem querê-lo, matei-o. Cansado do esforço d
me socorria: fiz tanto, em uma palavra, que, sem querê-lo, ‎
tei-o. Cansado do esforço desmaiei... Quando recobrei os se
alavra, que, sem querê-lo, matei-o. Cansado do esforço des‎
iei... Quando recobrei os sentidos estava num escaler de mar
smaiei... Quando recobrei os sentidos estava num escaler de ‎
rinheiros que remavam mar em fora. Aí soube eu que meu salv
ecobrei os sentidos estava num escaler de marinheiros que re‎
vam mar em fora. Aí soube eu que meu salvador tinha morrido
i os sentidos estava num escaler de marinheiros que remavam ‎
r em fora. Aí soube eu que meu salvador tinha morrido afoga
ue meu salvador tinha morrido afogado por minha culpa. Era u‎
sina, e negra; e por isso ri-me; ri-me, enquanto os filhos
na, e negra; e por isso ri-me; ri-me, enquanto os filhos do ‎
r choravam. Chegamos a uma corveta que estava erguendo ânco
-me; ri-me, enquanto os filhos do mar choravam. Chegamos a u‎
corveta que estava erguendo âncora. O comandante era um be
am. Chegamos a uma corveta que estava erguendo âncora. O co‎
ndante era um belo homem. Pelas faces vermelhas caiam-lhe os
m-lhe os crespos cabelos loiros onde a velhice alvejava algu‎
s cãs. Ele perguntou-me: — Quem és? — Um desgraçado q
ado que não pode viver na terra, e não deixaram morrer no ‎
r. — Queres pois vir a bordo? — A menos que não prefira
is vir a bordo? — A menos que não prefirais atirar-me ao ‎
r. — Não o faria: tens uma bela figura. Levar-te-ei comig
ue não prefirais atirar-me ao mar. — Não o faria: tens u‎
bela figura. Levar-te-ei comigo. Servirás... — Servir!?.
e ri-me: depois respondi-lhe frio: deixai que me atire ao ‎
r... — Não queres servir? queres então viajar de braços
viajar de braços cruzados? — Não: quando for a hora da ‎
nobra dormirei: mas quando vier a hora do combate ninguém s
cruzados? — Não: quando for a hora da manobra dormirei: ‎
s quando vier a hora do combate ninguém será mais valente
dormirei: mas quando vier a hora do combate ninguém será ‎
is valente do que eu... — Muito bem: gosto de ti, disse o
que eu... — Muito bem: gosto de ti, disse o velho lobo do ‎
r. Agora que estamos conhecidos Dize-me teu nome e tua hist
po que se corrompe! lereis sobre a lousa um nome — e não ‎
is! O comandante franziu as sobrancelhas, e passou adiante p
corrompe! lereis sobre a lousa um nome — e não mais! O co‎
ndante franziu as sobrancelhas, e passou adiante para comand
comandante franziu as sobrancelhas, e passou adiante para co‎
ndar a manobra. O comandante trazia a bordo uma bela moça.
e franziu as sobrancelhas, e passou adiante para comandar a ‎
nobra. O comandante trazia a bordo uma bela moça. Criatura
sobrancelhas, e passou adiante para comandar a manobra. O co‎
ndante trazia a bordo uma bela moça. Criatura pálida, pare
iante para comandar a manobra. O comandante trazia a bordo u‎
bela moça. Criatura pálida, parecera a um poeta o anjo da
anjo da esperança adormecendo esquecido entre as ondas. Os ‎
rinheiros a respeitavam: quando pelas noites de lua ela repo
lhares de orgulho, nem lhe ouvira palavras de cólera: era u‎
santa. Era a mulher do comandante. Entre aquele homem bruta
uvira palavras de cólera: era uma santa. Era a mulher do co‎
ndante. Entre aquele homem brutal e valente, rei bravio ao a
te. Entre aquele homem brutal e valente, rei bravio ao alto ‎
r, esposado, como os Doges de Veneza ao Adriático, à sua g
à sua garrida corveta — entre aquele homem pois e aquela ‎
dona havia um amor de homem como palpita o peito que longas
nuvens da tarde… Pobres doidos! parece que esses homens a‎
m muito! A bordo ouvi a muitos marinheiros seus amores singe
! parece que esses homens amam muito! A bordo ouvi a muitos ‎
rinheiros seus amores singelos: eram moças loiras da Bretan
eus amores singelos: eram moças loiras da Bretanha e da Nor‎
ndia, ou alguma espanhola de cabelos negros vista ao passar
elos: eram moças loiras da Bretanha e da Normandia, ou algu‎
espanhola de cabelos negros vista ao passar sentada na prai
... junto a mim, muitas faces ásperas e tostadas ao sol do ‎
r que se banharam de lágrimas... Voltemos a história. —
ásperas e tostadas ao sol do mar que se banharam de lágri‎
s... Voltemos a história. — O comandante a estremecia com
e se banharam de lágrimas... Voltemos a história. — O co‎
ndante a estremecia como um louco: — um pouco menos que a
como um louco: — um pouco menos que a sua honra, um pouco ‎
is que sua corveta. E ela!?... ela no meio de sua melancolia
e sua tristeza e sua palidez, ela sorria as vezes quando cis‎
va sozinha, mas era um sorrir tão triste que doía. Coitada
e sua palidez, ela sorria as vezes quando cismava sozinha, ‎
s era um sorrir tão triste que doía. Coitada! Um poeta a a
s era um sorrir tão triste que doía. Coitada! Um poeta a a‎
ria de joelhos. Uma noite — de certo eu estava ébrio —
o triste que doía. Coitada! Um poeta a amaria de joelhos. U‎
noite — de certo eu estava ébrio — fiz-lhe uns versos.
ébrio — fiz-lhe uns versos. Na lânguida poesia, eu derra‎
ra uma essência preciosa e límpida que ainda não se polu
— fiz-lhe uns versos. Na lânguida poesia, eu derramara u‎
essência preciosa e límpida que ainda não se poluíra no
, meses depois, li-os, ri-me deles e de mim; e os atirei ao ‎
r... Era a última folha da minha virgindade que lançava ao
-os, ri-me deles e de mim; e os atirei ao mar... Era a últi‎
folha da minha virgindade que lançava ao esquecimento... A
.. Agora, enchei os copos: o que vou dizer-vos é negro, e u‎
lembrança horrível, como os pesadelos no Oceano. Com suas
nça horrível, como os pesadelos no Oceano. Com suas lágri‎
s, com seus sorrisos, com seus olhos úmidos e os seios intu
suspiros, aquela mulher me enlouquecia as noites. Era como u‎
vida nova que nascia cheia de desejos, quando eu cria que t
as afogadas em sangue ao nascer. Amei-a: por que dizer-vos ‎
is? Ela amou-me também. Uma vez a luz ia límpida e serena
scer. Amei-a: por que dizer-vos mais? Ela amou-me também. U‎
vez a luz ia límpida e serena sobre as águas, as nuvens e
na sobre as águas, as nuvens eram brancas como um véu reca‎
do de pérolas da noite, o vento cantava nas cordas. Bebi-lh
fresco dessa noite, mil beijos nas faces molhadas de lágri‎
s, como se bebe o orvalho de um lírio cheio. Aquele seio pa
lpitante, o contorno acetinado, apertei-os sobre mim... O co‎
ndante dormia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . U‎
vez ao madrugar o gajeiro assinalou um navio. Meia hora dep
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Uma vez ao ‎
drugar o gajeiro assinalou um navio. Meia hora depois descon
depois desconfiou que era um pirata... Chegávamos cada vez ‎
is perto. Um tiro de pólvora seca da corveta reclamou a ban
iro de bala foi cair nas águas do barco desconhecido como u‎
luva de duelo. O barco que até então tinha seguido rumo o
a nossa proa virou de bordo e apresentou-nos seu flanco enfu‎
çado: um relâmpago correu nas baterias do pirata, um estro
correu nas baterias do pirata, um estrondo seguiu-se... e u‎
nuvem de balas veio morrer perto da corveta. Ela não dormi
a: a corveta deu-lhe caça: as descargas trocaram-se então ‎
is fortes de ambos os lados. Enfim o pirata pareceu ceder. A
irata pareceu ceder. Atracaram-se os dois navios como para u‎
luta. A corveta vomitou sua gente a bordo do inimigo. O com
bordo do inimigo. O combate tornou-se sangrento — era um ‎
tadouro!... o chão do navio escorregava de tanto sangue, o
tadouro!... o chão do navio escorregava de tanto sangue, o ‎
r ansiava cheio de escumas ao boiar de tantos cadáveres. Ne
vio escorregava de tanto sangue, o mar ansiava cheio de escu‎
s ao boiar de tantos cadáveres. Nesta ocasião sentiu-se um
as ao boiar de tantos cadáveres. Nesta ocasião sentiu-se u‎
fumaça que subia do porão. O pirata dera fogo às pólvor
boiar de tantos cadáveres. Nesta ocasião sentiu-se uma fu‎
ça que subia do porão. O pirata dera fogo às pólvoras...
. O pirata dera fogo às pólvoras... Apenas a corveta por u‎
manobra atrevida pôde afastar-se do perigo. Mas a explosã
pirata dera fogo às pólvoras... Apenas a corveta por uma ‎
nobra atrevida pôde afastar-se do perigo. Mas a explosão f
orveta por uma manobra atrevida pôde afastar-se do perigo. ‎
s a explosão fez-lhe grandes estragos. Alguns minutos depoi
guns minutos depois o barco do pirata voou pelos ares. Era u‎
cena pavorosa ver entre aquela fogueira de chamas, ao estro
ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela fogueira de cha‎
s, ao estrondo da pólvora, ao reverberar deslumbrador do fo
homens arrojados ao ar irem cair no oceano. Uns a meio quei‎
dos se atiravam a água, outros com os membros esfolados e a
davam ainda entre dores horríveis e morriam torcendo-se em ‎
ldições. A uma légua da cena do combate havia uma praia b
e dores horríveis e morriam torcendo-se em maldições. A u‎
légua da cena do combate havia uma praia bravia, cortada d
o-se em maldições. A uma légua da cena do combate havia u‎
praia bravia, cortada de rochedos Aí se salvaram os pirata
am os piratas que puderam fugir. E nesse tempo enquanto o co‎
ndante se batia como um bravo, eu o desonrava como um covard
o sei como se passou o tempo todo que decorreu depois. Foi u‎
visão de gozos malditos!... eram os amores de Satã e de E
u o tempo todo que decorreu depois. Foi uma visão de gozos ‎
lditos!... eram os amores de Satã e de Eloá, da morte e da
amores de Satã e de Eloá, da morte e da vida, no leito do ‎
r. Quando acordei um dia desse sonho, o navio tinha encalhad
ar foi a um grito de agonia... — Olá, mulher, taverneira ‎
ldita, não vês que o vinho acabou-se? Depois foi um quadro
o acabou-se? Depois foi um quadro horrível! Éramos nós nu‎
jangada no meio do mar. Vós que lestes o Don Juan, que fiz
i um quadro horrível! Éramos nós numa jangada no meio do ‎
r. Vós que lestes o Don Juan, que fizestes talvez daquele v
obre ele e com os olhos ainda fitos nele, vistes tanta vez a‎
nhecer, sabeis quanto se côa de horror ante aqueles homens
is quanto se côa de horror ante aqueles homens atirados ao ‎
r, num mar sem horizonte, ao balanço das águas, que parece
se côa de horror ante aqueles homens atirados ao mar, num ‎
r sem horizonte, ao balanço das águas, que parecem sufocar
águas, que parecem sufocar seu escárnio na mudez fria de u‎
fatalidade! Uma noite, a tempestade veio... apenas houve te
cem sufocar seu escárnio na mudez fria de uma fatalidade! U‎
noite, a tempestade veio... apenas houve tempo de amarrar n
ade! Uma noite, a tempestade veio... apenas houve tempo de a‎
rrar nossas munições... Fora mister ver o Oceano bramindo
, pare saber o que é a borrasca!... fora mister vê-la de u‎
jangada à luz da tempestade, às blasfêmias dos que não
à luz da tempestade, às blasfêmias dos que não crêem e ‎
ldizem, às lágrimas dos que esperam e desesperam, aos solu
, às blasfêmias dos que não crêem e maldizem, às lágri‎
s dos que esperam e desesperam, aos soluços dos que tremem
ga que varria nossas tábuas descosidas arrastava um homem, ‎
s cada vaga que me rugia aos pés parecia respeitar-me. Era
a morte era para os filhos de Deus, não pare o bastardo do ‎
l! Toda aquela noite, passei-a com a mulher do comandante no
tardo do mal! Toda aquela noite, passei-a com a mulher do co‎
ndante nos braços. Era um himeneu terrível aquele que se c
te nos braços. Era um himeneu terrível aquele que se consu‎
va entre um descrido e uma mulher pálida que enlouquecia: o
eneu terrível aquele que se consumava entre um descrido e u‎
mulher pálida que enlouquecia: o tálamo era o oceano, a e
lher pálida que enlouquecia: o tálamo era o oceano, a escu‎
das vagas era a seda que nos a alcatifava o leito. Em meio
Quando a aurora veio, restávamos cinco: eu, a mulher do co‎
ndante, ele e dois marinheiros… Alguns dias comemos umas b
, restávamos cinco: eu, a mulher do comandante, ele e dois ‎
rinheiros… Alguns dias comemos umas bolachas repassadas da
comandante, ele e dois marinheiros… Alguns dias comemos u‎
s bolachas repassadas da salsugem da água do mar. Depois tu
as comemos umas bolachas repassadas da salsugem da água do ‎
r. Depois tudo o que houve de mais horrível se passou...
das da salsugem da água do mar. Depois tudo o que houve de ‎
is horrível se passou... — Por que empalideces, Solfieri!
assim. Tu o sabes como eu o sei. O que é o homem? é a escu‎
que ferve hoje na torrente e amanha desmaia, alguma coisa d
O que é o homem? é a escuma que ferve hoje na torrente e a‎
nha desmaia, alguma coisa de louco e movediço como a vaga,
o homem? é a escuma que ferve hoje na torrente e amanha des‎
ia, alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal
a escuma que ferve hoje na torrente e amanha desmaia, algu‎
coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sep
esperanças, oscilamos entre o passado visionário e este a‎
nhã do velho, gelado e ermo despido como um cadáver que se
a! loucura! — Muito bem! miséria e loucura! interrompeu u‎
voz. O homem que falara era um velho. A fronte se lhe desca
a sulcavam: eram ondas que o vento da velhice lhe cavava no ‎
r da vida... Sob espessas sobrancelhas grisalhas lampejavam-
bria parte dos lábios. Trazia um gibão negro e roto, e um ‎
nto desbotado, da mesma cor, lhe caia dos ombros. — Quem
Trazia um gibão negro e roto, e um manto desbotado, da mes‎
cor, lhe caia dos ombros. — Quem és, velho? perguntou o
pestade era medonha, entrei. Boa-noite, senhores! se houver ‎
is uma taça na vossa mesa, enchei-a ate as bordas e beberei
e era medonha, entrei. Boa-noite, senhores! se houver mais u‎
taça na vossa mesa, enchei-a ate as bordas e beberei convo
ertei ao fogo da batalha a mão do homem do século. Bebi nu‎
taverna com Bocage — o português, ajoelhei-me na Itália
s braços na primeira noite de embriaguez e de febre — e u‎
agonia de poeta... Dela, tenho uma rosa murcha e a fita que
iaguez e de febre — e uma agonia de poeta... Dela, tenho u‎
rosa murcha e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai..
lençol vermelho o invólucro: desataram-no: dentro estava u‎
caveira. — Uma caveira! gritaram em torno: és um profana
o invólucro: desataram-no: dentro estava uma caveira. — U‎
caveira! gritaram em torno: és um profanador de sepulturas
o disse: — a poesia é a insânia. Talvez o gênio seja u‎
alucinação e o entusiasmo precise da embriaguez para escr
ão no cadáver. Na vida misteriosa de Dante, nas orgias de ‎
rlowe, no peregrinar de Byron havia uma sombra da doença de
Dante, nas orgias de Marlowe, no peregrinar de Byron havia u‎
sombra da doença de Hamlet: quem sabe? — Mas a que vem t
Byron havia uma sombra da doença de Hamlet: quem sabe? — ‎
s a que vem tudo isso? — Não bradastes — miséria e lou
isso? — Não bradastes — miséria e loucura!... vós, al‎
s onde talvez borbulhava o sopro de Deus, cérebros que a lu
ebei a lembrança do cérebro que ardeu nesse crânio, da al‎
que aí habitou, do poeta louco — Werner! e eu bradarei a
í habitou, do poeta louco — Werner! e eu bradarei ainda u‎
vez: — miséria e loucura! O velho esvaziou o copo, embu
ontinuou a sua história — Eu vos dizia que ia passar-se u‎
coisa horrível: não havia mais alimentos, e no homem desp
vos dizia que ia passar-se uma coisa horrível: não havia ‎
is alimentos, e no homem despertava a voz do instinto, das e
tranhas que tinham fome, que pediam seu cevo como o cão do ‎
tadouro, fosse embora sangue. A fome! a sede!... tudo quanto
fosse embora sangue. A fome! a sede!... tudo quanto há de ‎
is horrível!... Na verdade, senhores, o homem é uma criatu
há de mais horrível!... Na verdade, senhores, o homem é u‎
criatura perfeita? Estatuário sublime, Deus esgotou no tal
se-lhe: Vê, tudo isso e belo — vales e montes, águas do ‎
r que espumam, folhas das florestas que tremem e sussurram c
tudo isso e belo — vales e montes, águas do mar que espu‎
m, folhas das florestas que tremem e sussurram como as asas
nha a fronte olímpica nessas brisas, nesse orvalho, na escu‎
dessas cataratas. Sonha como a noite, canta como os anjos,
re as flores! Olha! entre as folhas floridas do vale dorme u‎
criatura branca como o véu das minhas virgens, loira como
aragens do céu nos arvoredos da terra. É tua: acorda-a, a‎
-a e ela te amará; no seio dela, nas ondas daquele cabelo,
u nos arvoredos da terra. É tua: acorda-a, ama-a e ela te a‎
rá; no seio dela, nas ondas daquele cabelo, afoga-te como o
levanta-te, vai, e serás feliz! Tudo isso é belo, sim!... ‎
s é a ironia mais amarga, a decepção mais árida de todas
e serás feliz! Tudo isso é belo, sim!... mas é a ironia ‎
is amarga, a decepção mais árida de todas as ironias e de
ás feliz! Tudo isso é belo, sim!... mas é a ironia mais a‎
rga, a decepção mais árida de todas as ironias e de todas
é belo, sim!... mas é a ironia mais amarga, a decepção ‎
is árida de todas as ironias e de todas as decepções. Tud
que se perde nas nuvens, que se aquenta no eflúvio da luz ‎
is ardente do sol — cair assim com as asas torpes e vermin
sas no lodo das charnecas? Poeta! porque no meio do arroubo ‎
is sublime do espírito, uma voz sarcástica e mefistofélic
oeta! porque no meio do arroubo mais sublime do espírito, u‎
voz sarcástica e mefistofélica te brada: — meu Faust, i
lica te brada: — meu Faust, ilusões... a realidade é a ‎
téria!?... Deus escreveu L n a ´g k h na fronte de sua cri
Don Juan! porque choras a esse beijo morno de Haidea que des‎
ia-te nos braços?!... a prostituta vender-tos-a amanhã mai
que desmaia-te nos braços?!... a prostituta vender-tos-a a‎
nhã mais queimadores!... Miséria!... E dizer que tudo o qu
smaia-te nos braços?!... a prostituta vender-tos-a amanhã ‎
is queimadores!... Miséria!... E dizer que tudo o que há d
nos braços?!... a prostituta vender-tos-a amanhã mais quei‎
dores!... Miséria!... E dizer que tudo o que há de mais di
queimadores!... Miséria!... E dizer que tudo o que há de ‎
is divino no homem, de mais santo e perfumado na alma se inf
!... E dizer que tudo o que há de mais divino no homem, de ‎
is santo e perfumado na alma se infunde no lodo da realidade
udo o que há de mais divino no homem, de mais santo e perfu‎
do na alma se infunde no lodo da realidade, se revolve no ch
há de mais divino no homem, de mais santo e perfumado na al‎
se infunde no lodo da realidade, se revolve no charco e ach
de no lodo da realidade, se revolve no charco e ache ainda u‎
convulsão infame pare dizer — sou feliz!. . . Isso tudo,
er — sou feliz!. . . Isso tudo, senhores, pare dizer-vos u‎
coisa muito simples... um fato velho e batido, uma pratica
zer-vos uma coisa muito simples... um fato velho e batido, u‎
pratica do mar, uma lei do naufrágio — a antropofagia. D
isa muito simples... um fato velho e batido, uma pratica do ‎
r, uma lei do naufrágio — a antropofagia. Dois dias depoi
ito simples... um fato velho e batido, uma pratica do mar, u‎
lei do naufrágio — a antropofagia. Dois dias depois de a
s de acabados os alimentos, restavam três pessoas: eu, o co‎
ndante e ela. — Eram três figuras macilentas como o cadá
ês pessoas: eu, o comandante e ela. — Eram três figuras ‎
cilentas como o cadáver, cujos peitos nus arquejavam como a
e sombrios se injetavam de sangue como a loucura. O uso do ‎
r — não quero dizer a voz da natureza física, o brado do
a voz da natureza física, o brado do egoísmo do homem —‎
nda a morte de um para a vida de todos. Tiramos a sorte... o
a morte de um para a vida de todos. Tiramos a sorte... o co‎
ndante teve por lei morrer. Então o instinto de vida se lhe
ntão o instinto de vida se lhe despertou ainda. Por um dia ‎
is, de existência, mais um dia de fome e sede, de leito úm
da se lhe despertou ainda. Por um dia mais, de existência, ‎
is um dia de fome e sede, de leito úmido e varrido pelos ve
ede, de leito úmido e varrido pelos ventos frios do norte, ‎
is umas horas mortas de blasfêmia e de agonia, de esperanç
e leito úmido e varrido pelos ventos frios do norte, mais u‎
s horas mortas de blasfêmia e de agonia, de esperança e de
meus pés... — Olhai, dizia o miserável, esperemos até a‎
nhã... Deus terá compaixão de nos... Por vossa mãe, pela
ixai, deixai-me ainda viver! Oh! a esperança é pois como u‎
parasita que morde e despedaça o tronco, mas quando ele ca
é pois como uma parasita que morde e despedaça o tronco, ‎
s quando ele cai, quando morre e apodrece, ainda o aperta em
perta em seus convulsos braços! Esperar! quando o vento do ‎
r açoita as ondas, quando a escuma do oceano vos lava o cor
perar! quando o vento do mar açoita as ondas, quando a escu‎
do oceano vos lava o corpo lívido e nu, quando o horizonte
u ri-me do velho. Tinha as entranhas em fogo. Morrer hoje, a‎
nhã, ou depois... tudo me era indiferente, mas hoje eu tinh
Morrer hoje, amanhã, ou depois... tudo me era indiferente, ‎
s hoje eu tinha fome, e ri-me porque tinha fome. O velho lem
colhera a seu bordo, por piedade de mim, lembrou-me que me a‎
va... e uma torrente de soluços e lágrimas afogava o bravo
eu bordo, por piedade de mim, lembrou-me que me amava... e u‎
torrente de soluços e lágrimas afogava o bravo que nunca
mbrou-me que me amava... e uma torrente de soluços e lágri‎
s afogava o bravo que nunca empalidecera diante da morte. Pa
faces, lhes ensopa as mãos, correm a morte como um rio ao ‎
r, como a cascavel ao fogo. Mas assim... no deserto das águ
correm a morte como um rio ao mar, como a cascavel ao fogo. ‎
s assim... no deserto das águas... eles temem-na, tremem di
Então o homem ergueu-se. A fúria levantou nele com a últi‎
agonia. Cambaleava e um suor frio lhe corria no peito desca
he corria no peito descarnado. Apertou-me nos seus braços a‎
relentos, e lutamos ambos corpo a corpo, peito a peito, pé
eito a peito, pé por pé... por um dia de miséria! A lua a‎
relada erguia sua face desbotada, como uma meretriz cansada
miséria! A lua amarelada erguia sua face desbotada, como u‎
meretriz cansada de uma noite de devassidão, o céu escuro
da erguia sua face desbotada, como uma meretriz cansada de u‎
noite de devassidão, o céu escuro parecia zombar desses d
curo parecia zombar desses dois moribundos que lutavam por u‎
hora de agonia... O valente do combate desfalecia... caiu:
cadáver foi nosso alimento dois dias... Depois, as aves do ‎
r já baixavam para partilhar minha presa; e às minhas noit
para partilhar minha presa; e às minhas noites fastientas u‎
sombra vinha reclamar sua ração de carne humana... Lancei
presa; e às minhas noites fastientas uma sombra vinha recla‎
r sua ração de carne humana... Lancei os restos ao mar...
fastientas uma sombra vinha reclamar sua ração de carne hu‎
na... Lancei os restos ao mar... Eu e a mulher do comandante
reclamar sua ração de carne humana... Lancei os restos ao ‎
r... Eu e a mulher do comandante passamos um dia, dois, sem
rne humana... Lancei os restos ao mar... Eu e a mulher do co‎
ndante passamos um dia, dois, sem comer nem beber... Então
orrer comigo. — Eu disse-lhe que sim. Esse dia foi a últi‎
agonia do amor que nos queimava: gastamo-lo em convulsões
que sim. Esse dia foi a última agonia do amor que nos quei‎
va: gastamo-lo em convulsões para sentir ainda o mel fresco
os dela a fraqueza a fazia desvairar. O delírio tornava-se ‎
is longo, mais longo: debruçava-se nas ondas e bebia a águ
aqueza a fazia desvairar. O delírio tornava-se mais longo, ‎
is longo: debruçava-se nas ondas e bebia a água salgada, e
debruçava-se nas ondas e bebia a água salgada, e oferecia-‎
nas mãos pálidas, dizendo que era vinho. As gargalhadas f
álidas, dizendo que era vinho. As gargalhadas frias vinham ‎
is de entuviada... Estava louca. Não dormi, não podia dorm
entuviada... Estava louca. Não dormi, não podia dormir: u‎
modorra ardente me fervia as pálpebras, o hálito de meu p
orvalhavam de sangue. Tinha febre no cérebro... e meu estô‎
go tinha fome. Tinha fome como a fera. Apertei-a nos meus br
o bela! Não sei que delírio estranho se apoderou de mim. U‎
vertigem me rodeava. O mar parecia rir de mim, e rodava em
rio estranho se apoderou de mim. Uma vertigem me rodeava. O ‎
r parecia rir de mim, e rodava em torno, escumante e esverde
e rodeava. O mar parecia rir de mim, e rodava em torno, escu‎
nte e esverdeado, como um sorvedouro. As nuvens pairavam cor
sangue negro. O vento que me passava nos cabelos murmurava u‎
lembrança. De repente senti-me só. Uma onda me arrebatara
cabelos murmurava uma lembrança. De repente senti-me só. U‎
onda me arrebatara o cadáver. Eu o vi boiar pálido como s
com os cabelos banhados de água; eu via-o erguer-se na escu‎
das vagas, desaparecer, e boiar de novo; depois não o dist
agas, desaparecer, e boiar de novo; depois não o distingui ‎
is: — era como a escuma das vagas, como um lençol lançad
r de novo; depois não o distingui mais: — era como a escu‎
das vagas, como um lençol lançado nas águas... Quantas h
, ou embebes-te no sabor do último trago do vinho, da últi‎
fumaça do teu cachimbo? — Não: quando contavas tua hist
embebes-te no sabor do último trago do vinho, da última fu‎
ça do teu cachimbo? — Não: quando contavas tua história
imbo? — Não: quando contavas tua história, lembrava-me u‎
folha da vida, folha seca e avermelhada como as do outono e
e avermelhada como as do outono e que o vento varreu. — U‎
história? — Sim: e uma das minhas historias. Sabes, Bert
outono e que o vento varreu. — Uma história? — Sim: e u‎
das minhas historias. Sabes, Bertram, eu sou pintor... É u
das minhas historias. Sabes, Bertram, eu sou pintor... É u‎
lembrança triste essa que vou revelar, porque é a histór
velhos sublimes, em cujas cabeças as cãs semelham o diade‎
prateado do gênio. Velho já, casara em segundas núpcias
eado do gênio. Velho já, casara em segundas núpcias com u‎
beleza de vinte anos. Godofredo era pintor: diziam uns que
este casamento fora um amor artístico por aquela beleza ro‎
na, como que feita ao molde das belezas antigas; outros cria
ha única de seu primeiro casamento, Laura!... corada como u‎
rosa e loira como um anjo. Eu era nesse tempo moço: era ap
longos quarenta e dois anos de vida! Eu era aquele tipo de ‎
ncebo ainda puro do ressumbrar infantil, pensativo e melanc
mestre. Nauza tinha vinte e eu tinha dezoito anos. Amei-a; ‎
s meu amor era puro como meus sonhos de dezoito anos. Nauza
ra puro como meus sonhos de dezoito anos. Nauza também me a‎
va: era um sentir tão puro! era uma emoção solitária e p
anos. Nauza também me amava: era um sentir tão puro! era u‎
emoção solitária e perfumosa como as primaveras cheias d
o puro! era uma emoção solitária e perfumosa como as pri‎
veras cheias de flores e de brisas que nos embalavam aos cé
avam aos céus da Itália. Como eu o disse: o mestre tinha u‎
filha chamada Laura. Era uma moca pálida, de cabelos casta
us da Itália. Como eu o disse: o mestre tinha uma filha cha‎
da Laura. Era uma moca pálida, de cabelos castanhos e olhos
mo eu o disse: o mestre tinha uma filha chamada Laura. Era u‎
moca pálida, de cabelos castanhos e olhos azulados; sua te
ar-me, ao passar pelo corredor escuro com minha lâmpada,, u‎
sombra me apagava a luz e um beijo me pousava nas faces, na
me pousava nas faces, nas trevas. Muitas noites foi assim. U‎
manhã — eu dormia ainda — o mestre saíra e Nauza fora
pousava nas faces, nas trevas. Muitas noites foi assim. Uma ‎
nhã — eu dormia ainda — o mestre saíra e Nauza fora a
Acordei nos braços dela. O fogo de meus dezoito anos, a pri‎
vera virginal de uma beleza, ainda inocente, o seio seminu d
dela. O fogo de meus dezoito anos, a primavera virginal de u‎
beleza, ainda inocente, o seio seminu de uma donzela a bate
a virginal de uma beleza, ainda inocente, o seio seminu de u‎
donzela a bater sobre o meu, isso tudo... ao despertar dos
sobre o meu, isso tudo... ao despertar dos sonhos alvos da ‎
drugada, me enlouqueceu... Todas as manhãs Laura vinha a me
r dos sonhos alvos da madrugada, me enlouqueceu... Todas as ‎
nhãs Laura vinha a meu quarto... Três meses passaram assim
peças a meu pai, ouves, Gennaro? Eu calei-me. — Não me a‎
s então? Eu calei-me. — Oh! Gennaro! Gennaro! E caiu no m
Carreguei-a assim fria e fora de si para seu quarto. Nunca ‎
is tornou a falar-me em casamento. Que havia de eu fazer? co
eu fazer? contar tudo ao pai e pedi-la em casamento? Fora u‎
loucura... Ele me mataria e a ela: ou pelo menos me expulsa
o ao pai e pedi-la em casamento? Fora uma loucura... Ele me ‎
taria e a ela: ou pelo menos me expulsaria de sua casa...: E
menos me expulsaria de sua casa...: E Nauza? cada vez eu a a‎
va mais. Era uma luta terrível essa que se travava entre o
me expulsaria de sua casa...: E Nauza? cada vez eu a amava ‎
is. Era uma luta terrível essa que se travava entre o dever
ria de sua casa...: E Nauza? cada vez eu a amava mais. Era u‎
luta terrível essa que se travava entre o dever e o amor,
e o amor, e entre o dever e o remorso. Laura não me falara ‎
is. Seu sorriso era frio: cada dia tornava-se mais pálida,
o me falara mais. Seu sorriso era frio: cada dia tornava-se ‎
is pálida, mas a gravidez não crescia, antes mais nenhum s
is. Seu sorriso era frio: cada dia tornava-se mais pálida, ‎
s a gravidez não crescia, antes mais nenhum sinal se lhe no
tornava-se mais pálida, mas a gravidez não crescia, antes ‎
is nenhum sinal se lhe notava ... O velho levava as noites p
ão pintava. Vendo a filha que morria aos sons secretos de u‎
harmonia de morte, que empalidecia cada vez mais, o misérr
secretos de uma harmonia de morte, que empalidecia cada vez ‎
is, o misérrimo arrancava as cãs. Eu contudo não esquecer
pre noites de esperança e de sede que me banhavam de lágri‎
s o travesseiro. Só as vezes a sombra de um remorso me pass
ravesseiro. Só as vezes a sombra de um remorso me passava, ‎
s a imagem dela dissipava todas essas névoas ... Uma noite.
iro. Só as vezes a sombra de um remorso me passava, mas a i‎
gem dela dissipava todas essas névoas ... Uma noite... foi
ssava, mas a imagem dela dissipava todas essas névoas ... U‎
noite... foi horrível... vieram chamar-me: Laura morria. N
s essas névoas ... Uma noite... foi horrível... vieram cha‎
r-me: Laura morria. Na febre murmurava meu nome e palavras q
o: eu te perdôo tudo... Eras um infame... Morrerei... Fui u‎
louca... Morrerei... por tua causa... teu filho... o meu...
por tua causa... teu filho... o meu... vou vê-lo ainda... ‎
s no céu... Meu filho que matei... antes de nascer... Deu u
. o meu... vou vê-lo ainda... mas no céu... Meu filho que ‎
tei... antes de nascer... Deu um grito, estendeu convulsivam
ito, estendeu convulsivamente os braços como para repelir u‎
idéia, passou a mão pelos lábios como para enxugar as ú
éia, passou a mão pelos lábios como para enxugar as últi‎
s gotas de uma bebida, estorceu-se no leito, lívida, fria,
mão pelos lábios como para enxugar as últimas gotas de u‎
bebida, estorceu-se no leito, lívida, fria, banhada de suo
depois as passadas pesadas do mestre se ouviam pelo quarto, ‎
s vacilantes como de um bêbedo que cambaleia. Uma noite eu
o quarto, mas vacilantes como de um bêbedo que cambaleia. U‎
noite eu disse a Nauza que a amava: ajoelhei-me junto dela,
um bêbedo que cambaleia. Uma noite eu disse a Nauza que a a‎
va: ajoelhei-me junto dela, beijei-lhe as mãos, reguei seu
e junto dela, beijei-lhe as mãos, reguei seu colo de lágri‎
s. Ela voltou a face: eu cri que era desdém, ergui-me —En
cri que era desdém, ergui-me —Então Nauza, tu não me a‎
s, disse eu. Ela permanecia com o rosto voltado. — Adeus,
ergui-me —Então Nauza, tu não me amas, disse eu. Ela per‎
necia com o rosto voltado. — Adeus, pois; perdoai-me se vo
do. — Adeus, pois; perdoai-me se vos ofendi; meu amor é u‎
loucura, minha vida é uma desesperança — o que me resta
i-me se vos ofendi; meu amor é uma loucura, minha vida é u‎
desesperança — o que me resta? Adeus, irei longe daqui..
ndo ergui a cabeça, eu a vi: ela estava debulhada em lágri‎
s. — Nauza! Nauza! uma palavra, tu me amas? . . . . . . .
a vi: ela estava debulhada em lágrimas. — Nauza! Nauza! u‎
palavra, tu me amas? . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
bulhada em lágrimas. — Nauza! Nauza! uma palavra, tu me a‎
s? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tudo o ‎
is foi um sonho: a lua passava entre os vidros da janela abe
filha, eu as passava no leito dele, nos braços de Nauza. U‎
noite houve um fato pasmoso. O mestre veio ao leito de Nauz
ao quarto de Laura... Atirou-me ao chão: fechou a porta. U‎
lâmpada estava acesa no quarto defronte de um painel. Ergu
l. Ergueu o lençol que o cobria. Era Laura moribunda! E eu ‎
cilento como ela tremia como um condenado. A moca com seus l
um calafrio se apoderou de mim. Ajoelhei-me, e chorei lágri‎
s ardentes. Confessei tudo: parecia-me que era ela quem o ma
mas ardentes. Confessei tudo: parecia-me que era ela quem o ‎
ndava, que era Laura que se erguia dentre os lençóis do se
remorso e no remorso me rasgava o peito. Por Deus! que foi u‎
agonia! No outro dia o mestre conversou comigo friamente. L
conversou comigo friamente. Lamentou a falta de sua filha, ‎
s sem uma lágrima. Mas sobre o passado na noite, nem palavr
u comigo friamente. Lamentou a falta de sua filha, mas sem u‎
lágrima. Mas sobre o passado na noite, nem palavra. Todas
friamente. Lamentou a falta de sua filha, mas sem uma lágri‎
. Mas sobre o passado na noite, nem palavra. Todas as noites
mente. Lamentou a falta de sua filha, mas sem uma lágrima. ‎
s sobre o passado na noite, nem palavra. Todas as noites era
e o passado na noite, nem palavra. Todas as noites era a mes‎
tortura, todos os dias a mesma frieza. O mestre era sonâmb
ra. Todas as noites era a mesma tortura, todos os dias a mes‎
frieza. O mestre era sonâmbulo… E pois eu não me cri pe
E pois eu não me cri perdido… Contudo, lembrei-me que u‎
noite, quando eu saia do quarto de Laura com o mestre, no e
do eu saia do quarto de Laura com o mestre, no escuro vira u‎
roupa branca passar-me por perto, roçaram-me uns cabelos s
me uns cabelos soltos, e nas lájeas do corredor estalavam u‎
s passadas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo vira c tu
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . U‎
noite, depois da ceia, o mestre Walsh tomou sua capa e uma
Uma noite, depois da ceia, o mestre Walsh tomou sua capa e u‎
lanterna e chamou-me para acompanhá-lo. Tinha de sair fora
has secas do chão. Caminhamos juntos muito tempo: cada vez ‎
is nos entranhávamos pelas montanhas, cada vez o caminho er
nos entranhávamos pelas montanhas, cada vez o caminho era ‎
is solitário. O velho parou. Era na fralda de uma montanha.
minho era mais solitário. O velho parou. Era na fralda de u‎
montanha. À direita o rochedo se abria num trilho: à esqu
som como de água onde cai um peso… A noite era escuríssi‎
. Apenas a lanterna alumiava o caminho tortuoso que seguíam
s do caminho. Por fim vi-a parar. O velho bateu a porta de u‎
cabana: a porta abriu-se. Entrou. O que aí se passou nem o
e aí se passou nem o sei: quando a porta abriu-se de novo u‎
mulher lívida e desgrenhada apareceu com um facho na mão.
do, despiu a capa e disse-me: — Gennaro, quero contar-te u‎
história. É um crime, quero que sejas juiz dele. Um velho
crime, quero que sejas juiz dele. Um velho era casado com u‎
moça bela. De outras núpcias tinha uma filha bela também
ho era casado com uma moça bela. De outras núpcias tinha u‎
filha bela também Um aprendiz — um miserável que ele er
el que ele erguera da poeira, como o vento às vezes ergue u‎
folha, mas que ele podia reduzir a ela quando quisesse… E
erguera da poeira, como o vento às vezes ergue uma folha, ‎
s que ele podia reduzir a ela quando quisesse… Eu estremec
as ao Cristo. — Mestre, perdão! — Perdão! e perdoou o ‎
lvado ao pobre coração do velho? — Piedade! — E teve e
os corvos e os vermes. E pois, se tens ainda no coração ‎
ldito um remorso, reza tua última oração: mas seja breve.
e tens ainda no coração maldito um remorso, reza tua últi‎
oração: mas seja breve. O algoz espera a vítima, a hiena
no coração maldito um remorso, reza tua última oração: ‎
s seja breve. O algoz espera a vítima, a hiena tem fome de
tua última oração: mas seja breve. O algoz espera a víti‎
, a hiena tem fome de cadáver… Eu estava ali pendente jun
morte. Tinha só a escolher o suicídio ou ser assassinado. ‎
tar o velho era impossível. Uma luta entre mim e ele fora i
icídio ou ser assassinado. Matar o velho era impossível. U‎
luta entre mim e ele fora insana. Ele era robusto, a sua es
losos me quebrariam como o vendaval rebenta um ramo seco. De‎
is, ele estava armado. Eu... eu era uma criança débil: ao
como o vendaval rebenta um ramo seco. Demais, ele estava ar‎
do. Eu... eu era uma criança débil: ao meu primeiro passo
enta um ramo seco. Demais, ele estava armado. Eu... eu era u‎
criança débil: ao meu primeiro passo ele me arrojaria da
Só me restaria morrer com ele, arrastá-lo na minha queda. ‎
s para que? E curvei-me no abismo: tudo era negro, o vento l
nhais ressequidos, e a torrente lá chocalhava no fundo escu‎
ndo nas pedras. Eu tive medo. Orações, ameaças, tudo seri
bios estalados de febre. Só vi aquele riso... Depois foi u‎
vertigem… o ar que sufocava, um peso que me arrastava, co
que me arrastava, como naqueles pesadelos em que se cai de u‎
torre e se fica preso ainda pela mão, mas a mão cansa, fr
em que se cai de uma torre e se fica preso ainda pela mão, ‎
s a mão cansa, fraqueja, sua, esfria... Era horrível: ramo
pinhais. A queda era muito rápida… De repente não senti ‎
is nada…Quando acordei estava junto a uma cabana de campon
pente não senti mais nada…Quando acordei estava junto a u‎
cabana de camponeses que me tinham apanhado junto da torren
e me tinham apanhado junto da torrente, preso nos ramos de u‎
azinheira gigantesca que assombrava o rio. Era depois de um
ra gigantesca que assombrava o rio. Era depois de um dia e u‎
noite de delírios que eu acordara. Logo que sarei, uma id
e uma noite de delírios que eu acordara. Logo que sarei, u‎
idéia me veio: ir ter com o mestre. Ao ver-me salvo assim
então eu seria seu escravo, seu cão, tudo o que houvesse ‎
is abjeto num homem que se humilha — tudo! — contanto qu
topei um punhal. Ergui-o: era o do mestre. Veio-me então u‎
idéia de vingança e de soberba. Ele quisera matar-me, ele
me então uma idéia de vingança e de soberba. Ele quisera ‎
tar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu havia ir chorar-
aos pés para ele repelir-me ainda, cuspir-me nas faces, e a‎
nhã procurar outra vingança mais segura?... Eu humilhar-me
da, cuspir-me nas faces, e amanhã procurar outra vingança ‎
is segura?... Eu humilhar-me quando ele me tinha abatido! Os
o e as portas que davam para ele estavam também fechadas. U‎
delas era fraca: com pouco esforço arrombei-a. Ao estrondo
espondeu nas salas. Todas as janelas estavam fechadas: nem u‎
lamparina acesa. Caminhei tateando ate a sala do pintor. Ch
a e um bafo pestilento corria daí. O raio da luz bateu em u‎
mesa. Junto estava uma forma de mulher com a face na mesa,
corria daí. O raio da luz bateu em uma mesa. Junto estava u‎
forma de mulher com a face na mesa, e os cabelos caídos: a
daí. O raio da luz bateu em uma mesa. Junto estava uma for‎
de mulher com a face na mesa, e os cabelos caídos: atirado
mulher com a face na mesa, e os cabelos caídos: atirado nu‎
poltrona um vulto coberto com um capote. Entre eles um copo
frasco vazio. Depois eu o soube — a velha da cabana era u‎
mulher que vendia veneno e fora ela decerto que o vendera,
elos da mulher, levantei-lhe a cabeça... — Era Nauza!... ‎
s Nauza cadáver, já desbotada pela podridão. Não era aqu
desbotada pela podridão. Não era aquela estátua alvíssi‎
de outrora, as faces macias e colo de neve... Era um corpo
o. Não era aquela estátua alvíssima de outrora, as faces ‎
cias e colo de neve... Era um corpo amarelo... Levantei uma
de outrora, as faces macias e colo de neve... Era um corpo a‎
relo... Levantei uma ponta da capa do outro: o corpo caiu de
macias e colo de neve... Era um corpo amarelo... Levantei u‎
ponta da capa do outro: o corpo caiu de bruços com a cabe
m e roxo e apodrecido!... Eu o vi: — da boca lhe corria u‎
escuma esverdeada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
xo e apodrecido!... Eu o vi: — da boca lhe corria uma escu‎
esverdeada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . V CLAUDIUS HER‎
NN . . . Ecstacy! My guise as yours doth temperately keep ti
. Ecstacy! My guise as yours doth temperately keep time And ‎
kes a healthful music: It is not madness. That I have utter'
emperately keep time And makes a healthful music: It is not ‎
dness. That I have utter'd. Hamlet. Shakespeare — E tu, He
ness. That I have utter'd. Hamlet. Shakespeare — E tu, Her‎
nn! Chegou a tua vez. Um por um evocamos ao cemitério do pa
dáver. Um por um erguemo-lhe o sudário para amostrar-lhe u‎
nódoa de sangue. Fala que chegou tua vez. — Claudius son
. — Claudius sonha algum soneto ao jeito do Petrarca, algu‎
auréola de pureza como a dos espíritos puros da Messiada!
ureza como a dos espíritos puros da Messiada! disse entre u‎
fumaça e uma gargalhada Johann erguendo a cabeça da mesa.
como a dos espíritos puros da Messiada! disse entre uma fu‎
ça e uma gargalhada Johann erguendo a cabeça da mesa. —
os espíritos puros da Messiada! disse entre uma fumaça e u‎
gargalhada Johann erguendo a cabeça da mesa. — Pois bem!
Eu pudera conta-las, como vos, loucuras de noites de orgia; ‎
s para que? Fora escárnio Faust ir lembrar a Mefistóteles
er das ruas pudera conta-lo. Nessa torrente negra que se cha‎
a vida, e que corre para o passado enquanto nos caminhamos
sfolhei muitas crenças, e lancei despidas as minhas roupas ‎
is perfumadas, para trajar a túnica da Saturnal! O passado
itas crenças, e lancei despidas as minhas roupas mais perfu‎
das, para trajar a túnica da Saturnal! O passado é o que f
rchou, o sol que se apagou, o cadáver que apodreceu. Lágri‎
s a ele? fora loucura! Que durma com suas lembranças negras
dáver que apodreceu. Lágrimas a ele? fora loucura! Que dur‎
com suas lembranças negras! revivam: acordem apenas os mio
le pântano! Sobreágüe naquele não-ser o eflúvio de algu‎
lembrança pura! — Bravo! Bravíssimo! Claudius, estas co
romântico! — Silêncio, Bertram! certo que esta não é u‎
lenda para inscrever-se após das vossas: uma dessas coisas
esta não é uma lenda para inscrever-se após das vossas: u‎
dessas coisas que se contêm com os cotovelos na toalha ver
a, e os lábios borrifados de vinho e saciados de beijos... ‎
s que importa ? Vos todos, que amais o jogo, que vistes um d
o e saciados de beijos... Mas que importa ? Vos todos, que a‎
is o jogo, que vistes um dia correr naquele abismo uma onda
que amais o jogo, que vistes um dia correr naquele abismo u‎
onda de ouro e redemoinhar-lhe no fundo, como um mar de esp
abismo uma onda de ouro e redemoinhar-lhe no fundo, como um ‎
r de esperanças que se embate na ressaca do acaso, sabeis m
e milhares de homens, onde fortuna, aspirações, a vida mes‎
vão-se na rapidez de uma corrida, onde todo esse complexo
fortuna, aspirações, a vida mesma vão-se na rapidez de u‎
corrida, onde todo esse complexo de misérias e desejos, de
lexo de misérias e desejos, de crimes e virtudes que se cha‎
a existência se joga numa parelha de cavalos! Apostei como
, de crimes e virtudes que se chama a existência se joga nu‎
parelha de cavalos! Apostei como homem a quem não doera em
a quem não doera empobrecer: o luxo também sacia, e essa u‎
saciedade terrível! para ela nada basta... nem as danças
nada basta... nem as danças do Oriente, nem as lupercais ro‎
nas, nem os incêndios de uma cidade inteira lhe alimentaria
do Oriente, nem as lupercais romanas, nem os incêndios de u‎
cidade inteira lhe alimentariam a seiva de morte, essa vita
era rico, muito rico então: em Londres ninguém ostentava ‎
is dispendiosas devassidões: nenhum nababo numa noite esper
m ostentava mais dispendiosas devassidões: nenhum nababo nu‎
noite esperdiçava somas como eu. O suor de três geraçõe
iosas devassidões: nenhum nababo numa noite esperdiçava so‎
s como eu. O suor de três gerações derramava-o eu no leit
esperdiçava somas como eu. O suor de três gerações derra‎
va-o eu no leito das perdidas e no chão das minhas orgias.
riso... e depois eram as frontes que se expandiam e depois u‎
mulher passou a cavalo. Víssei-la como eu, no cavalo negro
lábios finos, o esmero do colo ressaltando nas roupas de a‎
zona: víssei-la assim e, à fé, senhores, que não havíei
que não havíeis rir de escárnio como rides agora! — Ro‎
ntismo! deves estar muito ébrio, Claudius, para que nos teu
sse Harlowe, pobre anjo, cujas asas brancas ele ia desbotar ‎
ldizendo essa fatalidade que fez do amor uma infâmia e um c
ele ia desbotar maldizendo essa fatalidade que fez do amor u‎
infâmia e um crime. Mil vezes insanos que nunca sonhastes
s sonoras e vãs que um pugilo de homens pálidos entende, u‎
escada de sons e harmonias que aquelas almas loucas parecem
lidos entende, uma escada de sons e harmonias que aquelas al‎
s loucas parecem idéias e lhes despertam ilusões como a lu
spertam ilusões como a lua as sombras... Isto no que se cha‎
os poetas. Agora, no ideal, na mulher, o ressaibo do últim
poetas. Agora, no ideal, na mulher, o ressaibo do último ro‎
nce, o delírio e a paixão da última heroína de novela e
ressaibo do último romance, o delírio e a paixão da últi‎
heroína de novela e o presente incerto e vago de um gozo m
sabe-lo por que... — Silêncio, Bertram! teu cérebro quei‎
ram-to os vinhos, como a lava de um vulcão as relvas e flor
Silêncio! és como essas plantas que nascem e mergulham no ‎
r morto: cobre-as uma cristalização calcária, enfezam-se
ssas plantas que nascem e mergulham no mar morto: cobre-as u‎
cristalização calcária, enfezam-se e mirram. A poesia, e
a, eu to direi também por minha vez, é o vôo das aves da ‎
nhã no banho morno das nuvens vermelhas da madrugada, é o
o das aves da manhã no banho morno das nuvens vermelhas da ‎
drugada, é o cervo que se role no orvalho da montanha relvo
no orvalho da montanha relvosa, que se esquece da morte de a‎
nhã, da agonia de ontem em seu leito de flores! — Basta,
, como o disse Hamlet; e tudo isso é inanido e vazio como u‎
caveira seca, mentiroso como os vapores infectos da terra q
ra que o sol no crepúsculo irisa de mil cores, e que se cha‎
m as nuvens, ou essa fada zombadora e nevoenta que se chama
amam as nuvens, ou essa fada zombadora e nevoenta que se cha‎
a poesia! — A história! a historia! Claudius, não vês
não sei o que ouvi, nem o que vi; sei só que lá estava u‎
mulher, bela como tudo quanto passa mais puro à concepçã
só que lá estava uma mulher, bela como tudo quanto passa ‎
is puro à concepção do estatuário. Essa mulher era a duq
fera! seis meses! como foram longos! Um dia achei que era de‎
is. Todo esse tempo havia passado em contemplação, em vê-
odo esse tempo havia passado em contemplação, em vê-la, a‎
-la e sonhá-la: apertei minhas mãos jurando que isso não
Gulnare aos pés do Corsário, a ele cabia ir ter com ela. U‎
noite tudo dormia no palácio do duque. A duquesa, cansada
o estremecia-lhe sua luz dourada na testa pálida. Parecia u‎
fade que dormia ao luar... O reposteiro do quarto agitou-se
il e ele a repousava no portal. A fraqueza era covarde: e de‎
is, esse homem comprara uma chave e uma hora a infâmia vena
tal. A fraqueza era covarde: e demais, esse homem comprara u‎
chave e uma hora a infâmia venal de um criado, esse homem
eza era covarde: e demais, esse homem comprara uma chave e u‎
hora a infâmia venal de um criado, esse homem jurava que n
e adultério, não riais deles — não que ele ria disso. A‎
va e queria: a sua vontade era como a folha de um punhal —
eados de pedraria e flores, seus seios meio-nus, onde os dia‎
ntes brilhavam como gotas de orvalho, ergueu-a nos braços,

11. Manuma

VIDE ICATU-‎

12. Brasileiro

eiro que era sinômino de "Criatividade" se transformou em "‎
FÉ". . "O brasileiro tem que louvar, servir e ser fiel ao
uvar, servir e ser fiel ao seu PAIS - BRASIL - e não a algu‎
Religião ou filho de algum DEUS."


13. Oitava-rima

Exemplo: Tradução do poe‎
épico do poeta romano Virgílio ?Eneida? feita por João F
Exemplo: Tradução do poema épico do poeta ro‎
no Virgílio ?Eneida? feita por João Franco Barreto, poeta
eto, poeta português: Livro V - página 238 Estrofe 148 A u‎
voz todas juntas requeriam, 1º verso rima A (requeriam) Qu
8 Estrofe 148 A uma voz todas juntas requeriam, 1º verso ri‎
A (requeriam) Que lhes dessem cidade, porque odioso. 2º ve
queriam) Que lhes dessem cidade, porque odioso. 2º verso ri‎
B (odioso) Lhes era navegar, e não podiam 3º verso rima A
rima B (odioso) Lhes era navegar, e não podiam 3º verso ri‎
A (pediam) Co' o trabalho do mar tempestuoso. 4º verso rim
, e não podiam 3º verso rima A (pediam) Co' o trabalho do ‎
r tempestuoso. 4º verso rima B (tempestuoso) Por tanto, com
a A (pediam) Co' o trabalho do mar tempestuoso. 4º verso ri‎
B (tempestuoso) Por tanto, como não se lhe escondiam 5º v
pestuoso) Por tanto, como não se lhe escondiam 5º verso ri‎
A (requeriam) Tretas de mal fazer, com enganoso 6º verso r
ão se lhe escondiam 5º verso rima A (requeriam) Tretas de ‎
l fazer, com enganoso 6º verso rima B (enganoso) Rosto, dei
A (requeriam) Tretas de mal fazer, com enganoso 6º verso ri‎
B (enganoso) Rosto, deixando o habito, e maneira 7º verso
oso 6º verso rima B (enganoso) Rosto, deixando o habito, e ‎
neira 7º verso rima C (maneira) De deusa, entre elas entra
(enganoso) Rosto, deixando o habito, e maneira 7º verso ri‎
C (maneira) De deusa, entre elas entra mui matreira, 8º ve
noso) Rosto, deixando o habito, e maneira 7º verso rima C (‎
neira) De deusa, entre elas entra mui matreira, 8º verso ri
a 7º verso rima C (maneira) De deusa, entre elas entra mui ‎
treira, 8º verso rima C (matreira) Verso Decassílabo, dez
neira) De deusa, entre elas entra mui matreira, 8º verso ri‎
C (matreira) Verso Decassílabo, dez sílabas poéticas: A
De deusa, entre elas entra mui matreira, 8º verso rima C (‎
treira) Verso Decassílabo, dez sílabas poéticas: A u/ma/
(matreira) Verso Decassílabo, dez sílabas poéticas: A u/‎
/ voz/ to/das/ jun/tas/ re/que/riam 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

14. Ibiraçu

biraçu em tupi-guarani significa literalmente: ¨ árvore (‎
- deira ) grande ¨ . ( ibirá + açu )

15. Scolopacídeos

Os principais representantes dos Scolopacídeos são o ‎
- çarico (VIDE) e a narceja (VIDE).

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