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Exemplos de

Ir a morrer

13 resultados encontrados


1. Amor

r homem, subjuga o coração e o querer sensato?, é a terce
a entidade a surgir, depois do Abismo e da Terra e antes das
coração e o querer sensato?, é a terceira entidade a surg
, depois do Abismo e da Terra e antes das divindades. Anteri
s homogéneo. (texto de Pierre Cordier; Le Magazine Littéra
e, nº 455, Julho-Agosto de 2006; Trad. de CSA PARA VIVER UM
.. ? não tem nenhum valor. Para viver um grande amor, prime
o é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inte
viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalhe
o e ser de sua dama por inteiro ? seja lá como for. Há que
o é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inte
o ? seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada ond
amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para ilud
o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer
emador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua prime
a namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado a
? comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que
pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e
ortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinhe
o com poesia ? para viver um grande amor. É preciso saber t
s tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desva
ada não se souber achar a bem-amada ? para viver um grande
a Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Jane
o, 1984, pág. 130.
e junto e até ser, se possível, um só defunto ? pra não
de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o cor

2. Metamorfose

1- O g
ino metamorfoseou-se em um sapo. 2- A mudnça de vida da zon
desordem, uma série de amostras de roupas: Samsa era caixe
o-viajante, estava pendurada a fotografia que recentemente r
ngos de chuva a baterem na calha da janela e isso o fez sent
-se bastante melancólico. Não seria melhor dormir um pouco
fez sentir-se bastante melancólico. Não seria melhor dorm
um pouco e esquecer todo este delírio? - cogitou. Mas era
rio? - cogitou. Mas era impossível, estava habituado a dorm
para o lado direito e, na presente situação, não podia v
Mas era impossível, estava habituado a dormir para o lado d
eito e, na presente situação, não podia virar-se. Por mai
para o lado direito e, na presente situação, não podia v
ar-se. Por mais que se esforçasse por inclinar o corpo para
e. Por mais que se esforçasse por inclinar o corpo para a d
eita, tornava sempre a rebolar, ficando de costas. Tentou, p
pernas a debaterem-se, e só desistiu quando começou a sent
no flanco uma ligeira dor entorpecida que nunca antes exper
, e só desistiu quando começou a sentir no flanco uma lige
a dor entorpecida que nunca antes experimentara. Oh, meu Deu
colhi! Viajar, dia sim, dia não. É um trabalho muito mais
ritante do que o trabalho do escritório propriamente dito,
om as ligações dos trens, com a cama e com as refeições
regulares, com conhecimentos casuais, que são sempre novos
sobre as costas, - mais para cima na cama, de modo a consegu
mexer mais facilmente a cabeça, identificou o local da com
menção de tocar lá com uma perna, mas imediatamente a ret
ou, pois, ao seu contato, sentiu-se percorrido por um arrepi
isso com o meu patrão: era logo despedido. De qualquer mane
a, era capaz de ser bom para mim - quem sabe? Se não tivess
ausa dos meus pais, há muito tempo que me teria despedido;
ia ter com o patrão e lhe falar exatamente o que penso dele
patrão e lhe falar exatamente o que penso dele. Havia de ca
ao comprido em cima da secretária! Também é um hábito e
cômoda. Pai do Céu! - pensou. Eram seis e meia e os ponte
os moviam-se em silêncio, até passava da meia hora, era qu
o; claro que devia ter tocado. Sim, mas seria possível dorm
sossegadamente no meio daquele barulho que trespassava os o
fresco e ativo. E, mesmo que apanhasse o trem, não consegu
ia evitar uma reprimenda do chefe, visto que o porteiro da f
onseguiria evitar uma reprimenda do chefe, visto que o porte
o da firma havia de ter esperado o trem das cinco e há muit
ia evitar uma reprimenda do chefe, visto que o porteiro da f
ma havia de ter esperado o trem das cinco e há muito teria
cinco e há muito teria comunicado a sua ausência. O porte
o era um instrumento do patrão, invertebrado e idiota. Bem,
o, nunca tinha estado doente. O próprio patrão certamente
ia lá a casa com o médico da Previdência, repreenderia os
o despertador acabava de indicar quinze para as sete -, ouv
am-se pancadas cautelosas na porta que ficava por detrás da
ancadas cautelosas na porta que ficava por detrás da cabece
a da cama. - Gregor - disse uma voz, que era a da mãe -, é
anhar o trem? Aquela voz suave! Gregor teve um choque ao ouv
a sua própria voz responder-lhe, inequivocamente a sua voz
que apenas conservava a forma distinta das palavras no prime
o momento, após o que subia de tom, ecoando em torno delas,
pós o que subia de tom, ecoando em torno delas, até destru
-lhes o sentido, de tal modo que não podia ter-se a certeza
eria dar uma resposta longa, explicando tudo, mas, em tais c
cunstâncias, limitou-se a dizer: - Sim, sim, obrigado, mãe
Sim, sim, obrigado, mãe, já vou levantar. A porta de made
a que os separava devia ter evitado que a sua mudança de vo
tível do lado de fora, pois a mãe contentou-se com esta af
mação, afastando se rapidamente. Esta breve troca de palav
passando pouco tempo depois, tornou a chamar, com voz mais f
me: - Gregor! Gregor! Junto da outra porta lateral, a irmã
is firme: - Gregor! Gregor! Junto da outra porta lateral, a
mã chamava, em tom baixo e quase lamentoso: - Gregor? Não
sas entre elas. Assim, o pai voltou ao breve almoço, mas a
mã segredou: - Gregor, abre esta porta, anda. Ele não tenc
ou: - Gregor, abre esta porta, anda. Ele não tencionava abr
a porta e sentia-se grato ao prudente hábito que adquirira
abrir a porta e sentia-se grato ao prudente hábito que adqu
ira em viagem de fechar todas as portas à chave durante a n
rir a porta e sentia-se grato ao prudente hábito que adquir
a em viagem de fechar todas as portas à chave durante a noi
ata era levantar-se silenciosamente sem ser incomodado, vest
-se e, sobretudo, tomar o breve almoço, e só depois estuda
enúncio de um forte resfriado, doença permanente dos caixe
os-viajantes. Libertar-se da colcha era tarefa bastante fác
e fácil: bastava-lhe inchar um pouco o corpo e deixá-la ca
por si. Mas o movimento seguinte era complicado, especialme
eras perninhas, que não cessavam de agitar-se em todas as d
eções e que de modo nenhum conseguia controlar. Quando ten
eguia controlar. Quando tentou dobrar uma delas, foi a prime
a a esticar-se, e, ao conseguir finalmente que fizesse o que
dobrar uma delas, foi a primeira a esticar-se, e, ao consegu
finalmente que fizesse o que ele queria, todas as outras pe
untou Gregor a si próprio. Pensou que talvez conseguisse sa
da cama deslocando em primeiro lugar a parte inferior do co
nsou que talvez conseguisse sair da cama deslocando em prime
o lugar a parte inferior do corpo, mas esta, que não tinha
forças e deu um temerário impulso, tinha calculado mal a d
eção e embateu pesadamente na extremidade inferior da cama
o, a parte mais sensível do corpo. Visto isso, tentou extra
primeiro a parte superior, deslizando cuidadosamente a cabe
te mais sensível do corpo. Visto isso, tentou extrair prime
o a parte superior, deslizando cuidadosamente a cabeça para
por acompanhar lentamente o movimento da cabeça. Ao consegu
, por fim, mover a cabeça até à borda da cama, sentiu-se
borda da cama, sentiu-se demasiado assustado para prossegu
o avanço, dado que, no fim de contas caso se deixasse cair
ir o avanço, dado que, no fim de contas caso se deixasse ca
naquela posição, só um milagre o salvaria de magoar a ca
a altura; era preferível ficar na cama. Quando, após repet
os mesmos esforços, ficou novamente deitado na posição p
orços, ficou novamente deitado na posição primitiva, susp
ando, e viu as pequenas pernas a entrechocarem-se mais viole
que nunca, se possível, não divisando processo de introduz
qualquer ordem naquela arbitrária confusão, repetiu a si
a de libertar-se dela. Ao mesmo tempo, não se esquecia de
recordando a si mesmo que era muito melhor a reflexão fria
quando o despertador voltou a bater, sete horas, e um nevoe
o tão denso, por momentos, deixou-se ficar quieto, respiran
oeiro tão denso, por momentos, deixou-se ficar quieto, resp
ando suavemente, como se porventura esperasse que um repouso
esse todas as coisas à sua situação real e vulgar. A segu
, disse a si mesmo: Antes de baterem as sete e quinze, tenho
e quinze, tenho que estar fora desta cama. De qualquer mane
a, a essa hora já terá vindo alguém do escritório pergun
beça de qualquer pancada erguendo-a num ângulo agudo ao ca
. O dorso parecia ser duro e não era provável que se resse
se com o fardo e em seguida ter a paciência de colocá-lo d
eito no chão, onde era de esperar que as pernas encontrasse
todas as portas estarem fechadas à chave, deveria mesmo ped
auxílio? A despeito da sua infelicidade não podia deixar
io? A despeito da sua infelicidade não podia deixar de sorr
ante a simples idéia de tentar. Tinha chegado tão longe q
epressa. Por instantes, tudo ficou silencioso. Não vão abr
a porta, disse Gregor, de si para si, agarrando-se a qualqu
e Gregor, de si para si, agarrando-se a qualquer esperança
racional. A seguir, a criada foi à porta, como de costume,
ra si, agarrando-se a qualquer esperança irracional. A segu
, a criada foi à porta, como de costume, com o seu andar pe
com o seu andar pesado e abriu-a. Gregor apenas precisou ouv
o primeiro bom dia do visitante para imediatamente saber qu
andar pesado e abriu-a. Gregor apenas precisou ouvir o prime
o bom dia do visitante para imediatamente saber quem era: o
rio em pessoa. Que sina, estar condenado a trabalhar numa f
ma em que a menor omissão dava imediatamente asa à maior d
leal que, tendo uma manhã perdido uma hora de trabalho na f
ma ou coisa parecida, fosse tão atormentado pela consciênc
e era realmente necessária qualquer pergunta -, teria que v
o próprio chefe de escritório, dando assim a conhecer a t
onhecer a toda a família, uma família inocente, que esta c
cunstância suspeita não podia ser investigada por ninguém
erguido a cabeça com cuidado suficiente e batera com ela; v
ou-a e esfregou-a no tapete, de dor e irritação. - Alguma
e batera com ela; virou-a e esfregou-a no tapete, de dor e
ritação. - Alguma coisa caiu ali dentro - disse o chefe de
esta suposição, o chefe de escritório deu alguns passos f
mes na sala ao lado, fazendo ranger as botas de couro envern
fazendo ranger as botas de couro envernizado. Do quarto da d
eita, a irmã segredava para informá-lo da situação: - Gr
nger as botas de couro envernizado. Do quarto da direita, a
mã segredava para informá-lo da situação: - Gregor, est
si para si; mas não ousou erguer a voz o suficiente para a
mã o ouvir. - Gregor - disse então o pai, do quarto à esq
mas não ousou erguer a voz o suficiente para a irmã o ouv
. - Gregor - disse então o pai, do quarto à esquerda -, es
escritório e quer saber porque é que não apanhou o prime
o trem. Não sabemos o que dizer pra ele. Além disso, ele q
emprego. Quase me zango com a mania que ele tem de nunca sa
à noite; há oito dias que está em casa e não houve uma
orários de trens. O único divertimento dele é talhar made
a. Passou duas ou três noites a cortar uma moldurazinha de
assou duas ou três noites a cortar uma moldurazinha de made
a; o senhor ficaria admirado se visse como ela é bonita. Es
s a cortar uma moldurazinha de madeira; o senhor ficaria adm
ado se visse como ela é bonita. Está pendurada no quarto d
quarto dele. Num instante vai vê-la, assim que o Gregor abr
a porta. Devo dizer que estou muito satisfeita por o senhor
o satisfeita por o senhor ter vindo. Sozinhos, nunca consegu
íamos que ele abrisse a porta; é tão teimoso... E tenho a
muitas vezes de ignorar, pura e simplesmente, qualquer lige
a indisposição, visto que é preciso olhar pelo negócio.
roso silêncio a esta recusa, enquanto no compartimento da d
eita a irmã começava a soluçar. Porque não se juntava a
ncio a esta recusa, enquanto no compartimento da direita a
mã começava a soluçar. Porque não se juntava a irmã aos
eita a irmã começava a soluçar. Porque não se juntava a
mã aos outros? Provavelmente tinha-se levantado da cama há
vantado da cama há pouco tempo e ainda nem começara a vest
-se. Bem, porque chorava ela? Por ele não se levantar e nã
Bem, porque chorava ela? Por ele não se levantar e não abr
a porta ao chefe de escritório, por ele estar em perigo de
oderia ser plausivelmente explicada mais tarde, Gregor não
ia por certo ser despedido sem mais nem quê. E parecia-lhe
negligenciar as suas obrigações profissionais de uma mane
a incrível! Estou a falar em nome dos seus pais e do seu pa
ssível para o seu desaparecimento - relacionada com o dinhe
o dos pagamentos que recentemente lhe foi confiado - mas eu
o menor desejo de tomar a sua defesa. E a sua posição na f
ma não é assim tão inexpugnável. Vim com a intenção de
ente nenhum, essa não existe, Senhor Samsa, não pode exist
. - Mas, senhor - gritou Gregor, fora de si e, na sua agita
si e, na sua agitação, esquecendo todo o resto -, vou abr
a porta agora mesmo. Tive uma ligeira indisposição, um at
todo o resto -, vou abrir a porta agora mesmo. Tive uma lige
a indisposição, um ataque de tonturas, que não me permiti
ha visto as últimas encomendas que mandei. De qualquer mane
a, ainda posso apanhar o trem das oito; estou muito melhor d
se em pé, socorrendo-se dela. Tencionava, efetivamente, abr
a porta, mostrar-se realmente e falar com o chefe de escrit
ansioso por saber, depois de todas as insistências, o que d
iam os outros ao vê-lo à sua frente. Se ficassem horroriza
ia às dores na parte inferior do corpo. Depois deixou-se ca
contra as costas de uma cadeira próxima e agarrou-se às s
do corpo. Depois deixou-se cair contra as costas de uma cade
a próxima e agarrou-se às suas bordas com as pequenas pern
e e estejamos a atormentá-lo. Grete! Grete! - chamou a segu
. - Sim, mãe? - respondeu a irmã do outro lado. Chamavam u
Grete! Grete! - chamou a seguir. - Sim, mãe? - respondeu a
mã do outro lado. Chamavam uma pela outra através do quart
avam uma pela outra através do quarto de Gregor. - Tens de
imediatamente chamar o médico. O Gregor está doente. Vai
ozinha, batendo as palmas -, chama imediatamente um serralhe
o! E as meninas corriam pelo corredor, com um silvo de saias
corriam pelo corredor, com um silvo de saias - como podia a
mã ter-se vestido tão depressa?-, e abriam a porta da rua
ar em par. Não se ouviu o som da porta a ser fechada a segu
; tinham-na deixado, evidentemente, aberta, como se faz em c
prontas a ajudá-lo. A positiva certeza com que estas prime
as medidas tinham sido tomadas confortou-o. Sentia-se uma ve
es e notáveis resultados, quer do médico, quer do serralhe
o, sem, na verdade, conseguir fazer uma distinção clara en
er do médico, quer do serralheiro, sem, na verdade, consegu
fazer uma distinção clara entre eles. No intuito de torna
ados à porta, à escuta. Lentamente, Gregor empurrou a cade
a em direção à porta, após o que a largou, agarrou-se à
porta, à escuta. Lentamente, Gregor empurrou a cadeira em d
eção à porta, após o que a largou, agarrou-se à porta p
o contra ela por um momento, depois destes esforços. A segu
empenhou-se em rodar a chave na fechadura, utilizando a boc
bem a essa chave! E, na crença de que estavam todos a segu
atentamente os seus esforços, cerrou imprudentemente as ma
nte a ceder, apressou literalmente Gregor. Com um fundo susp
o de alívio, disse, de si para si: Afinal, não precisei do
vio, disse, de si para si: Afinal, não precisei do serralhe
o, e encostou a cabeça ao puxador, para abrir completamente
ei do serralheiro, e encostou a cabeça ao puxador, para abr
completamente a porta. Como tinha de puxar a porta para si,
dupla, manobra que lhe exigiu grande cuidado, não fosse ca
em cheio de costas, mesmo ali no limiar. Estava ainda empen
io tinha o cabelo ainda em desalinho, espetado em todas as d
eções, começou por retorcer as mãos e olhar para o pai,
s mãos e olhar para o pai, após o que deu dois passos em d
eção a Gregor e tombou no chão, num torvelinho de saias,
a além da qual se avistava o terraço de entrada e os prime
os degraus da escada. - Bem - disse Gregor, perfeitamente co
er o único que mantinha uma certa compostura -, vou me vest
, embalar as amostras e sair. Desde que o senhor me dê lice
certa compostura -, vou me vestir, embalar as amostras e sa
. Desde que o senhor me dê licença que saia. Como vê, nã
bstinado e tenho vontade de trabalhar. A profissão de caixe
o- viajante é dura, mas não posso viver sem ela. Para onde
e. Além disso, tenho de olhar pelos meus pais e pela minha
mã. Estou a passar por uma situação difícil, mas acabare
is complicadas do que elas já são. Eu bem sei que os caixe
os-viajantes não são muito bem vistos no escritório. As p
sam que eles levam uma vida estupenda e ganham rios de dinhe
o. Trata-se de um preconceito que nenhuma razão especial le
iderar. Mas o senhor vê as coisas profissionais de uma mane
a mais compreensiva do que o resto do pessoal, isso vê, aqu
tra qualquer dos empregados. E o senhor bem sabe que o caixe
o-viajante, que durante todo o ano raramente está no escrit
s funestas conseqüências; para elas, não consegue descobr
as causas originais. Peço-lhe, por favor, que não se vá
ostre que me dá razão, pelo menos em parte! Logo às prime
as palavras de Gregor, o chefe de escritório recuara e limi
r falava, não estivera um momento quieto, procurando, sem t
ar os olhos de Gregor, esgueirar-se para a porta, centímetr
ento quieto, procurando, sem tirar os olhos de Gregor, esgue
ar-se para a porta, centímetro a centímetro, como se obede
para abandonar a sala. Estava junto ao vestíbulo, e a mane
a súbita como deu um último passo para sair da sala de est
bulo, e a maneira súbita como deu um último passo para sa
da sala de estar levaria a crer que tinha posto o pé em ci
cima duma brasa. Chegado ao vestíbulo, estendeu o braço d
eito para as escadas, como se qualquer poder sobrenatural al
or apercebeu-se de que, se quisesse que a sua posição na f
ma não corresse sérios risco não podia de modo algum perm
não corresse sérios risco não podia de modo algum permit
que o chefe de escritório saísse naquele estado ? de esp
cido, ao longo dos anos, de que Gregor estava instalado na f
ma para toda a vida e, além disso, estavam tão consternado
Gregor, porém, pensava. Era preciso deter, acalmar, persuad
e, por fim, conquistar o chefe de escritório. Quer o seu f
uturo, quer o da família, dependiam disso! Se, ao menos, a
mã ali estivesse! Era inteligente; começara a chorar quand
regor teria de enfrentar sozinho a situação. E, sem reflet
que não sabia ainda de que capacidade de movimentos dispun
rnas. Mas, chegado a essa posição, experimentou pela prime
a vez nessa manhã uma sensação de conforto físico. Tinha
a sensação de conforto físico. Tinha as pernas em terra f
me; obedeciam-lhe completamente, conforme observou com alegr
m alegria, e esforçavam-se até por impeli-lo em qualquer d
eção que pretendesse. Sentia-se tentado a pensar que estav
Parecia igualmente indiferente ao acontecimento de a cafete
a que tinha ter tombado e estava derramando um fio sinuoso d
itasse outra vez, afastando-se precipitadamente da mesa e at
ando-se para os braços do pai, que se apressou a acolhê-la
r de correr atrás do homem ou de, pelo menos, não interfer
na perseguição de Gregor, agarrou com a mão direita na b
interferir na perseguição de Gregor, agarrou com a mão d
eita na bengala que o chefe de escritório tinha deixado num
a bengala que o chefe de escritório tinha deixado numa cade
a, juntamente com um chapéu e um sobretudo, e, com a esquer
revelou um processo lento. Se tivesse uma oportunidade de v
ar sobre si mesmo, poderia alcançar imediatamente o quarto,
temia que a bengala que o pai brandia na mão pudesse desfer
-lhe uma pancada fatal no dorso ou na cabeça. Finalmente, r
rorizado, que, ao recuar, nem sequer conseguia controlar a d
eção em que se deslocava-se, assim, sempre observando ansi
mpre observando ansiosamente o pai, de soslaio, começou a v
ar o mais rapidamente que pôde, o que, na realidade, era mu
o quando o assobio o desorientou de tal modo que tornou a v
ar ligeiramente na direção errada. Quando, finalmente, viu
o assobio o desorientou de tal modo que tornou a virar lige
amente na direção errada. Quando, finalmente, viu a porta
desorientou de tal modo que tornou a virar ligeiramente na d
eção errada. Quando, finalmente, viu a porta em frente da
m longe de pensar em qualquer coisa que se parecesse com abr
a outra portada, para dar espaço à passagem de Gregor. Do
idos como a voz de pai nenhum. Não sendo caso para brincade
as, Gregor lançou-se, sem se preocupar com as conseqüênci
desajeitado as antenas, cuja utilidade começava pela prime
a vez a apreciar, arrastou-se até à porta, para ver o que
gar à porta percebeu o que o tinha atraído para ela: o che
o da comida. Com efeito, tinham lá posto uma tigela de leit
ntro do qual flutuavam pedacinhos de pão. Quase desatou a r
de contentamento, porque sentia ainda mais fome que de manh
o leite, quase mergulhando também os olhos. Depressa, a ret
ou, desanimado: além de ter dificuldade em comer, por causa
por causa do flanco esquerdo magoado, que o obrigava a inger
a comida à força de sacudidelas, recorrendo a todo o corp
ida preferida e fosse certamente essa a razão que levara a
mã a pôr-lho ali, Efetivamente, foi quase com repulsa que
rnal em voz alta para a mãe e eventualmente também para a
mã, nada se ouvia. Bom, talvez o pai tivesse recentemente p
te perdido o hábito de ler em voz alta, hábito esse que a
mã tantas vezes mencionara em conversa e por carta. Mas por
de orgulho por ter sido capaz de proporcionar aos pais e à
mã uma tal vida numa casa tão boa. Mas que sucederia se to
ra, durante o longo fim de tarde, viu as portas laterais abr
-se ligeiramente e ser novamente fechada; mais tarde, sucede
e o longo fim de tarde, viu as portas laterais abrir-se lige
amente e ser novamente fechada; mais tarde, sucedeu o mesmo
da porta que dava para a sala de estar, decidido a persuad
qualquer visitante indeciso a entrar ou, pelo menos, a desc
alquer visitante indeciso a entrar ou, pelo menos, a descobr
quem poderia ser. Mas esperou em vão, pois ninguém tornou
poderia ser. Mas esperou em vão, pois ninguém tornou a abr
a porta. De manhã cedo, quando todas as portas estavam fec
s na sala; Gregor tinha quase a certeza de que os pais e a
mã tinham ficado acordados até então, pois ouvia-os afast
, de modo que tinha tempo de sobra para meditar sobre a mane
a de reorganizar a sua vida. O enorme quarto vazio dentro do
enchia-o de uma apreensão cuja causa não conseguia descobr
, pois havia cinco anos que o habitava. Meio inconscientemen
à prova o valor das suas recentes resoluções, dado que a
mã, quase totalmente vestida, abriu a porta que dava para o
Mas, teria que arrependida desse comportamento, tornou a abr
a porta e entrou nos bicos dos pés, como se estivesse de v
cabeça para fora do sofá e ficou a observá-la. Notaria a
mã que ele deixara o leite intacto, não por falta de fome,
ladar? Se ela o não fizesse de moto próprio, Gregor prefer
ia morrer de fome a chamar-lhe a atenção para o acontecime
a atenção para o acontecimento, muito embora sentisse um
reprimível desejo de saltar do seu refúgio debaixo do sof
baixo do sofá e rojar-se-lhe aos pés, pedindo de comer. A
mã notou imediatamente, com surpresa, que a tigela estava a
e leite derramado em tomo dela; ergueu logo a tigela, não d
etamente com as mãos, é certo, mas sim com um pano, e levo
o conjecturas. Não poderia de modo algum adivinhar o que a
mã, em toda a sua bondade, fez a seguir. Para descobrir do
m adivinhar o que a irmã, em toda a sua bondade, fez a segu
. Para descobrir do que gostaria ele, trouxe-lhe toda uma qu
e a irmã, em toda a sua bondade, fez a seguir. Para descobr
do que gostaria ele, trouxe-lhe toda uma quantidade de alim
e à vontade. Todas as pernas de Gregor se precipitaram em d
eção à comida. As feridas deviam estar completamente cura
inha atrativos para si; não podia sequer suportar-lhe o che
o, que o obrigava até a arrastar para uma certa distância
ava apenas preguiçosamente quieto no mesmo local, quando a
mã rodou lentamente a chave como que a fazer-lhe sinal para
ou lentamente a chave como que a fazer-lhe sinal para se ret
ar. Isto fez com que ele se levantasse de súbito, embora es
r um tanto o corpo e estava tão comprido que mal podia resp
ar, Atacado de pequenos surtos de sufocação, sentia os olh
olhos saírem um bocado para fora da cabeça ao observar a
mã, que de nada suspeitava, varrendo não apenas os restos
ente, com a pá, num balde, que cobriu com uma tampa de made
a e retirou do quarto. Mal a irmã virou costas, Gregor saiu
a pá, num balde, que cobriu com uma tampa de madeira e ret
ou do quarto. Mal a irmã virou costas, Gregor saiu de baixo
cobriu com uma tampa de madeira e retirou do quarto. Mal a
mã virou costas, Gregor saiu de baixo do sofá, dilatando e
com uma tampa de madeira e retirou do quarto. Mal a irmã v
ou costas, Gregor saiu de baixo do sofá, dilatando e estica
anhã cedo, enquanto os pais e a criada estavam ainda a dorm
, e outra vez depois de terem todos almoçado, pois os país
m todos almoçado, pois os país faziam uma curta sesta e a
mã podia mandar a criada fazer um ou outro recado. Não que
e as suas refeições do que aquilo que sabiam pela boca da
mã, e talvez ainda porque a irmã os quisesse poupar a toda
uilo que sabiam pela boca da irmã, e talvez ainda porque a
mã os quisesse poupar a todas as preocupações, por menore
do que suficiente. Uma coisa que Gregor nunca pôde descobr
foi que pretexto tinha sido utilizado para se libertarem do
a sido utilizado para se libertarem do médico e do serralhe
o na primeira manhã, já que, como ninguém compreendia o q
zado para se libertarem do médico e do serralheiro na prime
a manhã, já que, como ninguém compreendia o que ele dizia
e ele dizia, nunca lhes passara pela cabeça, nem sequer à
mã, que ele pudesse percebê-los; assim, sempre que a irmã
à irmã, que ele pudesse percebê-los; assim, sempre que a
mã ia ao seu quarto, Gregor contentava-se em ouvi-la soltar
rto, Gregor contentava-se em ouvi-la soltar um ou outro susp
o ou exprimir uma ou outra invocação aos seus santos. Mais
ontentava-se em ouvi-la soltar um ou outro suspiro ou exprim
uma ou outra invocação aos seus santos. Mais tarde, quand
à situação - é claro que nunca poderia acostumar-se inte
amente -, fazia por vezes uma observação que revelava uma
- Hoje tornou a deixar tudo. Embora não pudesse manter-se d
etamente a par do que ia acontecendo, Gregor apanhava, muita
a porta em questão, colando-se todo a ela. Durante os prime
os dias, especialmente, não havia conversa alguma que se lh
lguma que se lhe não referisse de certo modo, ainda que ind
etamente. Durante dois dias houve deliberações familiares
ueria ficar lá sozinho e deixá-la sem ninguém estava inte
amente fora da questão. Logo nos primeiros dias, a criada,
inguém estava inteiramente fora da questão. Logo nos prime
os dias, a criada, cujo verdadeiro conhecimento da situaçã
da questão. Logo nos primeiros dias, a criada, cujo verdade
o conhecimento da situação não era para Gregor perfeitame
ra de joelhos diante da mãe, suplicando-lhe que a deixasse
embora. Quando saiu, um quarto de hora mais tarde, agradece
de que nunca contaria a ninguém o que se passara. Agora a
mã era também obrigada a cozinhar para ajudar a mãe. É c
gor ouvia constantemente um dos membros da família a insist
com outro para que comesse e a receber invariavelmente a re
sa semelhante. Talvez não bebessem, sequer. Muitas vezes a
mã perguntava ao pai se não queria cerveja e oferecia-se a
i se não queria cerveja e oferecia-se amavelmente para lha
comprar; se ele não respondia, dava a entender que podia p
omprar; se ele não respondia, dava a entender que podia ped
à porteira que fosse buscá-la, para que ele não se senti
ele não respondia, dava a entender que podia pedir à porte
a que fosse buscá-la, para que ele não se sentisse em dív
um rotundo: Não! e ficava o assunto arrumado. Logo no prime
o dia, o pai explicara a situação financeira e as perspect
. Logo no primeiro dia, o pai explicara a situação finance
a e as perspectivas da família a mãe e a irmã. De quando
uação financeira e as perspectivas da família a mãe e a
mã. De quando em quando, erguia-se da cadeira para ir busca
lia a mãe e a irmã. De quando em quando, erguia-se da cade
a para ir buscar qualquer recibo ou apontamento a um pequeno
e e a irmã. De quando em quando, erguia-se da cadeira para
buscar qualquer recibo ou apontamento a um pequeno cofre qu
pequeno cofre que tinha conseguido salvar do colapso finance
o em que mergulhara cinco anos atrás. Ouviam-no abrir a com
inanceiro em que mergulhara cinco anos atrás. Ouviam-no abr
a complicada fechadura e a remexer em papéis, depois a fec
echá-la novamente. Tais informações do pai foram as prime
as notícias agradáveis que Gregor teve desde o início do
ícias agradáveis que Gregor teve desde o início do cative
o. Sempre julgara que o pai tinha perdido tudo, ou, pelo men
m contrário e é evidente que Gregor nunca lho perguntara d
etamente. Na altura em que a ruína tinha desabado sobre o p
ra outro, passou de simples empregado de escritório a caixe
o-viajante, com oportunidades conseguiu entre melhores de ga
legria da família. Tinha sido uma época feliz, que nunca v
ia a ser igualada, embora mais tarde Gregor ganhasse o sufic
mais tarde Gregor ganhasse o suficiente para sustentar inte
amente a casa. Tinham-se, pura e simplesmente, habituado ao
mento, tanto a família corno ele próprio: ele dava o dinhe
o de boa vontade e eles aceitavam-no com gratidão, mas não
, mas não havia qualquer efusão de sentimentos. Só com a
mã mantivera uma certa intimidade, alimentando a secreta es
es despesas que isso acarretaria, às quais de qualquer mane
a haveria de fazer face, já que ela, ao contrário de Grego
, falava muitas vezes do Conservatório nas conversas com a
mã, mas sempre apenas como um belo sonho irrealizável; qua
conversas com a irmã, mas sempre apenas como um belo sonho
realizável; quanto aos pais, procuravam até evitar essas i
essas inocentes referências à questão. Gregor tomara a f
me decisão de levar a idéia avante e tencionava anunciar s
ncostar a cabeça à porta, mas imediatamente obrigado a end
eitar-se de novo, pois até o leve ruído que fazia ao mexer
fazer agora, perguntou o pai decorridos alguns instantes, v
ando-se decerto para a porta; só então ressuscitava gradua
não se encarregar de tais assuntos; por outro, graças à c
cunstância de a mãe nem sempre perceber tudo à primeira -
circunstância de a mãe nem sempre perceber tudo à prime
a - , Gregor ficou por fim a saber que um certo número de i
erto, tinham escapado à ruína e tinham até aumentado lige
amente, pois, entretanto, ninguém tocara nos dividendos. Al
inguém tocara nos dividendos. Além disso, nem todo o dinhe
o dos ordenados mensais de Gregor - de que guardava para si
de poupança e previsão. A verdade é que, com aquele dinhe
o suplementar, podia ter pago uma porção maior da dívida
a deixar de parte para qualquer emergência. Quanto ao dinhe
o para fazer face às despesas normais, havia que ganhá-lo.
e fizesse grande coisa. Ao longo desses cinco anos, os prime
os anos de lazer de uma vida de trabalho, ainda que mal suce
ples andar agravava, obrigando-a muitas vezes a deixar-se ca
num sofá, a arquejar junto de uma janela aberta? E seria e
erta? E seria então justo encarregar do sustento da casa a
mã, ainda uma criança com os seus dezessete anos e cuja vi
vida tinha até aí sido tão agradável e se resumia a vest
-se bem, dormir bastante tempo, ajudar a cuidar da casa, ir
aí sido tão agradável e se resumia a vestir-se bem, dorm
bastante tempo, ajudar a cuidar da casa, ir de vez em quand
tir-se bem, dormir bastante tempo, ajudar a cuidar da casa,
de vez em quando a diversões modestas e, sobretudo, tocar
o, sempre que ouvia menções à necessidade de ganhar dinhe
o, Gregor afastava-se da porta e deixava-se cair no fresco s
ganhar dinheiro, Gregor afastava-se da porta e deixava-se ca
no fresco sofá de couro ao lado dela, rubro de vergonha e
as vezes ali se deixava estar durante toda a noite, sem dorm
a esfregar-se no couro, durante horas a fio. Quando não, r
a para se entregar ao violento esforço de empurrar uma cade
a de braços para junto da janela, trepava para o peitoril e
o da janela, trepava para o peitoril e, arrimando-se à cade
a, encostava-se às vidraças, certamente obedecendo a qualq
soubesse que vivia ali, numa rua sossegada, de qualquer mane
a, uma rua de cidade, bem poderia julgar que a janela dava p
e da terra se fundiam indistintamente. Esperta como era, a
mã só precisou ver duas vezes a cadeira junto da janela: a
Esperta como era, a irmã só precisou ver duas vezes a cade
a junto da janela: a partir de então, sempre que acabava de
ó precisou ver duas vezes a cadeira junto da janela: a part
de então, sempre que acabava de arrumar o quarto, tornava
re que acabava de arrumar o quarto, tornava a colocar a cade
a no mesmo, sítio e até deixava as portadas interiores da
a apercebendo mais lucidamente da situação. Bastava a mane
a de ela entrar para o angustiar. Mal penetrava no quarto, c
panhar ar durante um minuto, por mais frio que fizesse, resp
ando profundamente. Duas vezes por dia, incomodava Gregor co
er, debaixo do sofá, durante todo o tempo, ciente de que a
mã certamente o pouparia a tal incômodo se lhe fosse poss
o se lhe fosse possível permanecer na sua presença sem abr
a janela. Certa vez, coisa de um mês após a metamorfose d
rto motivo para assustar-se com o seu aspecto, apareceu lige
amente mais cedo do que era habitual e deu com ele a ver à
e ela não entrasse pura e simplesmente, pois não podia abr
imediatamente a janela enquanto ele ali estivesse, mas ela
s ela não só evitou entrar como deu um salto para trás, d
ia que alarmada, e bateu com a porta em retirada. Um estranh
o para trás, diria que alarmada, e bateu com a porta em ret
ada. Um estranho que observasse a cena julgaria com certeza
lou a Gregor a repulsa que o seu aspecto provocava ainda à
mã e o esforço que devia custar-lhe não desatar a correr
e quatro horas de trabalho, pôs um lençol pelas costas e d
igiu-se para o sofá, dispondo-o de modo a ocultar-lhe total
ndo-o de modo a ocultar-lhe totalmente o corpo, mesmo que a
mã se baixasse para espreitar. Se ela achasse desnecessári
reitar. Se ela achasse desnecessário o lençol, decerto o t
aria do sofá, visto ser evidente que aquela forma de oculta
adosamente uma ponta do lençol para ver qual a reação da
mã àquela nova disposição. Durante os primeiros quinze d
eação da irmã àquela nova disposição. Durante os prime
os quinze dias, os pais não conseguiram reunir a coragem ne
ão. Durante os primeiros quinze dias, os pais não consegu
am reunir a coragem necessária para entrarem no quarto de G
ante os primeiros quinze dias, os pais não conseguiram reun
a coragem necessária para entrarem no quarto de Gregor, qu
egor, que freqüentemente os ouvia elogiarem a atividade da
mã, que anteriormente costumavam repreender, por a consider
Agora, era freqüente esperarem ambos à porta, enquanto a
mã procedia à limpeza do quarto, perguntando-lhe logo que
ou relativamente cedo a pretender visitá-lo, mas o pai e a
mã tentaram logo dissuadi-la, contrapondo argumentos que Gr
-la pela forca e, quando ela exclamava, a chorar: Deixem-me
ver o Gregor, o meu pobre filho! Não percebem que tenho de
ver o Gregor, o meu pobre filho! Não percebem que tenho de
vê-lo, Gregor pensava que talvez fosse bom que ela lá fos
fim de contas, ela havia de compreender, muito melhor que a
mã, que não passava de uma criança, apesar dos esforços
apidamente todo e qualquer gosto pela comida. Para se distra
, adquirira o hábito de se arrastar ao longo das paredes e
te todo e qualquer gosto pela comida. Para se distrair, adqu
ira o hábito de se arrastar ao longo das paredes e do teto.
todo e qualquer gosto pela comida. Para se distrair, adquir
a o hábito de se arrastar ao longo das paredes e do teto. G
do teto, coisa muito melhor do que estar no chão: sua resp
ação se tornava mais livre, o corpo oscilava e coleava sua
camente absorvido por tal suspensão, chegava a deixar-se ca
ao chão. Possuindo melhor coordenação dos movimentos do
orpo, nem uma queda daquela altura tinha conseqüências. A
mã notara imediatamente esta nova distração de Gregor, vi
or porção de espaço livre possível para os passeios, ret
ando as peças de mobiliário que constituíssem obstáculos
peças de mobiliário que constituíssem obstáculos para o
mão, especialmente a cômoda e a secretária. A tarefa era
efa era demasiado pesada para si e, se não se atrevia a ped
ajuda ao pai, estava fora de questão recorrer à criada, u
que havia tido a coragem de ficar após a partida da cozinhe
a, visto que a moça tinha pedido o especial favor de manter
inuíram junto à porta do quarto de Gregor. É claro que a
mã entrou primeiro, para verificar se estava tudo em ordem
porta do quarto de Gregor. É claro que a irmã entrou prime
o, para verificar se estava tudo em ordem antes de deixar a
ecipitadamente o lençol para baixo e dobrou-o mais, de mane
a a parecer que tinha sido acidentalmente atirado para cima
mais, de maneira a parecer que tinha sido acidentalmente at
ado para cima do sofá. Desta vez não deitou a cabeça de f
visitá-lo. - Entre, que ele não está à vista - disse a
mã, certamente guiando-a pela mão. Gregor ouvia agora as d
mulheres a esforçarem-se por deslocar a pesada cômoda e a
mã a chamar a si a maior parte do trabalho, sem dar ouvidos
ou que o melhor seria deixar a cômoda onde estava, em prime
o lugar, porque era pesada de mais e nunca conseguiriam desl
em primeiro lugar, porque era pesada de mais e nunca consegu
iam deslocá-la antes da chegada do pai e, se ficasse no mei
ia havia muito tempo e a sua ausência poderia fazê-lo sent
-se só. - Não é verdade - disse em voz baixa, aliás pouc
ue ele não percebia as palavras -, não é verdade que, ret
ando-lhe a mobília, lhe mostramos não ter já qualquer esp
ueça com mais facilidade o que aconteceu entretanto. Ao ouv
as palavras da mãe, Gregor apercebeu-se de que a falta de
mãe, Gregor apercebeu-se de que a falta de conversação d
eta com qualquer ser humano, durante os dois últimos meses,
e assim não fosse, não teria genuinamente ansiado pela ret
ada da mobília do quarto. Quereria, efetivamente, que o qua
? Se ela o não fizesse de moto próprio, Gregor preferiria
de fome a chamar-lhe a atenção para o acontecimento, muit

3. Inferno

amantes de um dos sete pecados capital, estamos sujeitos a
-mos para o inferno." 2. O trânsito em São Paulo hoje esta
pro inferno não suporto mais você longe de mim quero até
do que viver assim só quero que você me aqueça neste inv

4. Barca

u mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, prime
o de Portugal deste nome. Começa a declaração e argumento
este nome. Começa a declaração e argumento da obra. Prime
amente, no presente auto, se fegura que, no ponto que acabam
o presente auto, se fegura que, no ponto que acabamos de esp
ar, chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos
so um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companhe
o. O primeiro intrelocutor é um Fidalgo que chega com um Pa
e o do inferno um arrais infernal e um companheiro. O prime
o intrelocutor é um Fidalgo que chega com um Paje, que lhe
ga com um Paje, que lhe leva um rabo mui comprido e üa cade
a de espaldas. E começa o Arrais do Inferno ante que o Fida
que temos gentil maré! - Ora venha o carro a ré! COMPANHE
O Feito, feito! Bem está! Vai tu muitieramá, e atesa aquel
sa aquele palanco e despeja aquele banco, pera a gente que v
á. À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, qu
te que virá. À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer
! Oh, que tempo de partir, louvores a Berzebu! - Ora, sus! q
barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de part
, louvores a Berzebu! - Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo
- Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo esse leito! COMPANHE
O Em boa hora! Feito, feito! DIABO Abaixa aramá esse cu! Fa
e cu! Faze aquela poja lesta e alija aquela driça. COMPANHE
O Oh-oh, caça! Oh-oh, iça, iça! DIABO Oh, que caravela es
! Oh-oh, iça, iça! DIABO Oh, que caravela esta! Põe bande
as, que é festa. Verga alta! Âncora a pique! - Ó poderoso
tá apercebida? DIABO Vai pera a ilha perdida, e há-de part
logo ess'ora. FIDALGO Pera lá vai a senhora? DIABO Senhor,
bor. DIABO Quê?... E também cá zombais? FIDALGO E passage
os achais pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feiçã
is pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feição pera
ao nosso cais... FIDALGO Parece-te a ti assi!... DIABO Em q
ezam lá por ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de
à derradeira! Mandai meter a cadeira, que assi passou voss
ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de ir à derrade
a! Mandai meter a cadeira, que assi passou vosso pai. FIDALG
arcai... que haveis de ir à derradeira! Mandai meter a cade
a, que assi passou vosso pai. FIDALGO Quê? Quê? Quê? Assi
outro navio? DIABO Não, senhor, que este fretastes, e prime
o que expirastes me destes logo sinal. FIDALGO Que sinal foi
? DIABO Não, senhor, que este fretastes, e primeiro que exp
astes me destes logo sinal. FIDALGO Que sinal foi esse tal?
stoutra barca me vou. Hou da barca! Para onde is? Ah, barque
os! Não me ouvis? Respondei-me! Houlá! Hou!... (Pardeus, a
go de solar, é bem que me recolhais. ANJO Não se embarca t
ania neste batel divinal. FIDALGO Não sei porque haveis por
mais cortesia? Venha a prancha e atavio! Levai-me desta ribe
a! ANJO Não vindes vós de maneira pera entrar neste navio.
tavio! Levai-me desta ribeira! ANJO Não vindes vós de mane
a pera entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cadeir
ira pera entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cade
a entrará e o rabo caberá e todo vosso senhorio. Ireis lá
a cadeira entrará e o rabo caberá e todo vosso senhorio.
eis lá mais espaçoso, vós e vossa senhoria, cuidando na t
eis lá mais espaçoso, vós e vossa senhoria, cuidando na t
ania do pobre povo queixoso. E porque, de generoso, despreza
ho que mata e valentes remadores! Diz, cantando: Vós me ven
edes a la mano, a la mano me veniredes. FIDALGO Ao Inferno,
Diz, cantando: Vós me veniredes a la mano, a la mano me ven
edes. FIDALGO Ao Inferno, todavia! Inferno há i pera mi? Oh
s como remais, e, chegando ao nosso cais, todos bem vos serv
emos. FIDALGO Esperar-me-ês vós aqui, tornarei à outra vi
od'rá isso ser, que m'escrevia mil dias? DIABO Quantas ment
as que lias, e tu... morto de prazer!... FIDALGO Pera que é
Isto quanto ao que eu conheço... DIABO Pois estando tu exp
ando, se estava ela requebrando com outro de menos preço. F
is que assi é. DIABO Ora, senhor, descansai, passeai e susp
ai. Em tanto virá mais gente. FIDALGO Ó barca, como és ar
DIABO Ora, senhor, descansai, passeai e suspirai. Em tanto v
á mais gente. FIDALGO Ó barca, como és ardente! Maldito q
rdente! Maldito quem em ti vai! Diz o Diabo ao Moço da cade
a: DIABO Nom entras cá! Vai-te d'i! A cadeira é cá sobeja
o Moço da cadeira: DIABO Nom entras cá! Vai-te d'i! A cade
a é cá sobeja; cousa que esteve na igreja nom se há-de em
tos e de boamente! Oh! que barca tão valente! Vem um Onzene
o, e pergunta ao Arrais do Inferno, dizendo: ONZENEIRO Pera
Onzeneiro, e pergunta ao Arrais do Inferno, dizendo: ONZENE
O Pera onde caminhais? DIABO Oh! que má-hora venhais, onzen
Pera onde caminhais? DIABO Oh! que má-hora venhais, onzene
o, meu parente! Como tardastes vós tanto? ONZENEIRO Mais qu
s, onzeneiro, meu parente! Como tardastes vós tanto? ONZENE
O Mais quisera eu lá tardar... Na safra do apanhar me deu S
branto. DIABO Ora mui muito m'espanto nom vos livrar o dinhe
o!... ONZENEIRO Solamente para o barqueiro nom me leixaram n
Ora mui muito m'espanto nom vos livrar o dinheiro!... ONZENE
O Solamente para o barqueiro nom me leixaram nem tanto... DI
vos livrar o dinheiro!... ONZENEIRO Solamente para o barque
o nom me leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai aqui
leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai aqui! ONZENE
O Não hei eu i d'embarcar! DIABO Oh! que gentil recear, e q
DIABO Oh! que gentil recear, e que cousas pera mi!... ONZENE
O Ainda agora faleci, leixa-me buscar batel! DIABO Pesar de
a-me buscar batel! DIABO Pesar de Jam Pimentel! Porque não
ás aqui?... ONZENEIRO E pera onde é a viagem? DIABO Pera o
ABO Pesar de Jam Pimentel! Porque não irás aqui?... ONZENE
O E pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de ir. ON
ZENEIRO E pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de
. ONZENEIRO Havemos logo de partir? DIABO Não cures de mais
pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de ir. ONZENE
O Havemos logo de partir? DIABO Não cures de mais linguagem
IABO Pera onde tu hás-de ir. ONZENEIRO Havemos logo de part
? DIABO Não cures de mais linguagem. ONZENEIRO Mas pera ond
s logo de partir? DIABO Não cures de mais linguagem. ONZENE
O Mas pera onde é a passagem? DIABO Pera a infernal comarca
ra onde é a passagem? DIABO Pera a infernal comarca. ONZENE
O Dix! Nom vou eu tal barca. Estoutra tem avantagem. Vai-se
Anjo, e diz: Hou da barca! Houlá! Hou! Haveis logo de part
? ANJO E onde queres tu ir? ONZENEIRO Eu pera o Paraíso vou
! Houlá! Hou! Haveis logo de partir? ANJO E onde queres tu
? ONZENEIRO Eu pera o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fo
Hou! Haveis logo de partir? ANJO E onde queres tu ir? ONZENE
O Eu pera o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fora estou d
a lá. Essoutra te levará; vai pera quem te enganou! ONZENE
O Porquê? ANJO Porque esse bolsão tomará todo o navio. ON
rquê? ANJO Porque esse bolsão tomará todo o navio. ONZENE
O Juro a Deus que vai vazio! ANJO Não já no teu coração.
a Deus que vai vazio! ANJO Não já no teu coração. ONZENE
O Lá me fica, de rondão, minha fazenda e alhea. ANJO Ó on
onzena, como és fea e filha de maldição! Torna o Onzene
o à barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo bar
dição! Torna o Onzeneiro à barca do Inferno e diz: ONZENE
O Houlá! Hou! Demo barqueiro! Sabês vós no que me fundo?
barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo barque
o! Sabês vós no que me fundo? Quero lá tornar ao mundo e
que me fundo? Quero lá tornar ao mundo e trazer o meu dinhe
o. que aqueloutro marinheiro, porque me vê vir sem nada, d
nar ao mundo e trazer o meu dinheiro. que aqueloutro marinhe
o, porque me vê vir sem nada, dá-me tanta borregada como a
r o meu dinheiro. que aqueloutro marinheiro, porque me vê v
sem nada, dá-me tanta borregada como arrais lá do Barreir
ir sem nada, dá-me tanta borregada como arrais lá do Barre
o. DIABO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais maré!
BO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais maré! ONZENE
O Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás
Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás!
ás servir Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENEIRO Oh
DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás! Irás serv
Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENEIRO Oh! Triste,
s! Irás servir Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENE
O Oh! Triste, quem me cegou? DIABO Cal'te, que cá chorarás
me cegou? DIABO Cal'te, que cá chorarás. Entrando o Onzene
o no batel, onde achou o Fidalgo embarcado, diz tirando o ba
o Onzeneiro no batel, onde achou o Fidalgo embarcado, diz t
ando o barrete: ONZENEIRO Santa Joana de Valdês! Cá é vos
nde achou o Fidalgo embarcado, diz tirando o barrete: ONZENE
O Santa Joana de Valdês! Cá é vossa senhoria? FIDALGO Dá
só. DIABO De que morreste? PARVO De quê? Samicas de cagane
a. DIABO De quê? PARVO De caga merdeira! Má rabugem que te
ê? Samicas de caganeira. DIABO De quê? PARVO De caga merde
a! Má rabugem que te dê! DIABO Entra! Põe aqui o pé! PAR
é! PARVO Aguardai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'
ter? DIABO Ao porto de Lucifer. PARVO Ha-á-a... DIABO Ó I
. Pêro Vinagre, beiçudo, rachador d'Alverca, huhá! Sapate
o da Candosa! Antrecosto de carrapato! Hiu! Hiu! Caga no sap
filho da grande aleivosa! Tua mulher é tinhosa e há-de par
um sapo chantado no guardanapo! Neto de cagarrinhosa! Furta
o pão que te caiu! A mulher que te fugiu per'a Ilha da Made
a! Cornudo atá mangueira, toma o pão que te caiu! Hiu! Hiu
lher que te fugiu per'a Ilha da Madeira! Cornudo atá mangue
a, toma o pão que te caiu! Hiu! Hiu! Lanço-te üa pulha! D
merecedor de tal bem, que deva de entrar aqui. Vem um Sapate
o com seu avental e carregado de formas, e chega ao batel in
arregado de formas, e chega ao batel infernal, e diz: SAPATE
O Hou da barca! DIABO Quem vem i? Santo sapateiro honrado, c
diz: SAPATEIRO Hou da barca! DIABO Quem vem i? Santo sapate
o honrado, como vens tão carregado?... SAPATEIRO Mandaram-m
Santo sapateiro honrado, como vens tão carregado?... SAPATE
O Mandaram-me vir assi... E pera onde é a viagem? DIABO Per
onrado, como vens tão carregado?... SAPATEIRO Mandaram-me v
assi... E pera onde é a viagem? DIABO Pera o lago dos dana
pera onde é a viagem? DIABO Pera o lago dos danados. SAPATE
O Os que morrem confessados onde têm sua passagem? DIABO No
m cures de mais linguagem! Esta é a tua barca, esta! SAPATE
O Renegaria eu da festa e da puta da barcagem! Como poderá
arca, eramá pera ti, que há já muito que t'espero! SAPATE
O Pois digo-te que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de ir,
EIRO Pois digo-te que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de
, si, si! SAPATEIRO Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas
que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de ir, si, si! SAPATE
O Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas de prestar? DIABO
antas missas eu ouvi, nom me hão elas de prestar? DIABO Ouv
missa, então roubar, é caminho per'aqui. SAPATEIRO E as o
IABO Ouvir missa, então roubar, é caminho per'aqui. SAPATE
O E as ofertas que darão? E as horas dos finados? DIABO E o
ofertas que darão? E as horas dos finados? DIABO E os dinhe
os mal levados, que foi da satisfação? SAPATEIRO Ah! Nom p
E os dinheiros mal levados, que foi da satisfação? SAPATE
O Ah! Nom praza ò cordovão, nem à puta da badana, se é e
poderês levar-me nela? ANJO A cárrega t'embaraça. SAPATE
O Nom há mercê que me Deus faça? Isto uxiquer irá. ANJO
a. SAPATEIRO Nom há mercê que me Deus faça? Isto uxiquer
á. ANJO Essa barca que lá está Leva quem rouba de praça.
á Leva quem rouba de praça. Oh! almas embaraçadas! SAPATE
O Ora eu me maravilho haverdes por grão peguilho quatro for
s por grão peguilho quatro forminhas cagadas que podem bem
i chantadas num cantinho desse leito! ANJO Se tu viveras de
ANJO Se tu viveras dereito, Elas foram cá escusadas. SAPATE
O Assi que determinais que vá cozer ò Inferno? ANJO Escrit
ntas infernais. Torna-se à barca dos danados, e diz: SAPATE
O Hou barqueiros! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo
. Torna-se à barca dos danados, e diz: SAPATEIRO Hou barque
os! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo e levai-me à
ser condenado?!... Um padre tão namorado e tanto dado à v
tude? Assi Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado! DIA
vilhado! DIABO Não curês de mais detença. Embarcai e part
emos: tomareis um par de ramos. FRADE Nom ficou isso n'aven
haveis de ser cá pingado... Descobriu o Frade a cabeça, t
ando o capelo; e apareceu o casco, e diz o Frade: FRADE Mant
lição d'esgrima com a espada e broquel, que eram d'esgrim
, e diz desta maneira: FRADE Deo gratias! Demos caçada! Per
om a espada e broquel, que eram d'esgrimir, e diz desta mane
a: FRADE Deo gratias! Demos caçada! Pera sempre contra sus!
era sempre contra sus! Um fendente! Ora sus! Esta é a prime
a levada. Alto! Levantai a espada! Talho largo, e um revés!
, que todo o al no é nada! Quando o recolher se tarda o fer
nom é prudente. Ora, sus! Mui largamente, cortai na segund
sexta feitada. Daqui saio com üa guia e um revés da prime
a: esta é a quinta verdadeira. - Oh! quantos daqui feria!..
m üa guia e um revés da primeira: esta é a quinta verdade
a. - Oh! quantos daqui feria!... Padre que tal aprendia no I
o tordião e foram dançando até o batel do Anjo desta mane
a: FRADE Ta-ra-ra-rai-rã; ta-ri-ri-ri-rã; rai-rai-rã; ta-
e à vontade que este feito mal está. Vamos onde havemos d'
! Não praza a Deus coa a ribeira! Eu não vejo aqui maneira
está. Vamos onde havemos d'ir! Não praza a Deus coa a ribe
a! Eu não vejo aqui maneira senão, enfim, concrudir. DIABO
'ir! Não praza a Deus coa a ribeira! Eu não vejo aqui mane
a senão, enfim, concrudir. DIABO Haveis, padre, de viir. FR
a ribeira! Eu não vejo aqui maneira senão, enfim, concrud
. DIABO Haveis, padre, de viir. FRADE Agasalhai-me lá Flore
maneira senão, enfim, concrudir. DIABO Haveis, padre, de vi
. FRADE Agasalhai-me lá Florença, e compra-se esta senten
lá Florença, e compra-se esta sentença: ordenemos de part
. Tanto que o Frade foi embarcado, veio üa Alcoviteira, per
e partir. Tanto que o Frade foi embarcado, veio üa Alcovite
a, per nome Brízida Vaz, a qual chegando à barca infernal,
zida Vaz, a qual chegando à barca infernal, diz desta mane
a: BRÍZIDA Hou lá da barca, hou lá! DIABO Quem chama? BR
z. DIABO E aguarda-me, rapaz? Como nom vem ela já? COMPANHE
O Diz que nom há-de vir cá sem Joana de Valdês. DIABO Ent
apaz? Como nom vem ela já? COMPANHEIRO Diz que nom há-de v
cá sem Joana de Valdês. DIABO Entrai vós, e remarês. BR
Día. Que é o que havês d'embarcar? BRÍZIDA Seiscentos v
gos postiços e três arcas de feitiços que nom podem mais
feitiços que nom podem mais levar. Três almários de ment
, e cinco cofres de enlheos, e alguns furtos alheos, assi em
s de enlheos, e alguns furtos alheos, assi em jóias de vest
, guarda-roupa d'encobrir, enfim - casa movediça; um estrad
rtos alheos, assi em jóias de vestir, guarda-roupa d'encobr
, enfim - casa movediça; um estrado de cortiça com dous co
a movediça; um estrado de cortiça com dous coxins d'encobr
. A mor cárrega que é: essas moças que vendia. Daquestra
raíso! DIABO E quem te dixe a ti isso? BRÍZIDA Lá hei-de
desta maré. Eu sô üa mártela tal!... Açoutes tenho lev
s que ninguém me foi igual. Se fosse ò fogo infernal, lá
ia todo o mundo! A estoutra barca, cá fundo, me vou, que é
mais real. Chegando à Barca da Glória diz ao Anjo: Barque
o mano, meus olhos, prancha a Brísida Vaz. ANJO: Eu não se
is de levar. ANJO Não cures de importunar, que não podes v
aqui. BRÍZIDA E que má-hora eu servi, pois não me há-de
ízida Vaz à Barca do Inferno, dizendo: BRÍZIDA Hou barque
os da má-hora, que é da prancha, que eis me vou? E já há
, e sereis bem recebida; se vivestes santa vida, vós o sent
ês agora... Tanto que Brízida Vaz se embarcou, veo um Jude
do ao batel dos danados, diz: JUDEU Que vai cá? Hou marinhe
o! DIABO Oh! que má-hora vieste!... JUDEU Cuj'é esta barca
Cuj'é esta barca que preste? DIABO Esta barca é do barque
o. JUDEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode há cá
O Esta barca é do barqueiro. JUDEU. Passai-me por meu dinhe
o. DIABO E o bode há cá de vir? JUDEU Pois também o bode
DEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode há cá de v
? JUDEU Pois também o bode há-de vir. DIABO Que escusado p
E o bode há cá de vir? JUDEU Pois também o bode há-de v
. DIABO Que escusado passageiro! JUDEU Sem bode, como irei l
U Pois também o bode há-de vir. DIABO Que escusado passage
o! JUDEU Sem bode, como irei lá? DIABO Nem eu nom passo cab
de vir. DIABO Que escusado passageiro! JUDEU Sem bode, como
ei lá? DIABO Nem eu nom passo cabrões. JUDEU Eis aqui quat
rão! Querês mais outro tostão? DIABO Nem tu nom hás-de v
cá. JUDEU Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? A
tostão? DIABO Nem tu nom hás-de vir cá. JUDEU Porque nom
á o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz?
Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor me
inho apraz? Senhor meirinho, irei eu? DIABO E o fidalgo, que
u onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz? Senhor me
inho, irei eu? DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... JUDEU O ma
ai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz? Senhor meirinho,
ei eu? DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... JUDEU O mando, diz
deu! Azará, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha, cagane
a que te venha! Má corrença que te acuda! Par el Deu, que
Deu, que te sacuda coa beca nos focinhos! Fazes burla dos me
inhos? Dize, filho da cornuda! PARVO Furtaste a chiba cabrã
ste a chiba cabrão? Parecês-me vós a mim gafanhoto d'Alme
im chacinado em um seirão. DIABO Judeu, lá te passarão, p
recês-me vós a mim gafanhoto d'Almeirim chacinado em um se
ão. DIABO Judeu, lá te passarão, porque vão mais despeja
ja na caravela! DIABO Sus, sus! Demos à vela! Vós, Judeu,
ês à toa, que sois mui ruim pessoa. Levai o cabrão na tre
hecereis que nom é ela do meu jeito. DIABO Como vai lá o d
eito? CORREGEDOR Nestes feitos o vereis. DIABO Ora, pois, en
no vos poeremos. CORREGEDOR Como? À terra dos demos há-de
um corregedor? DIABO Santo descorregedor, embarcai, e remar
um remo destes. Fazei conta que nacestes pera nosso companhe
o. - Que fazes tu, barzoneiro? Faze-lhe essa prancha prestes
que nacestes pera nosso companheiro. - Que fazes tu, barzone
o? Faze-lhe essa prancha prestes! CORREGEDOR Oh! Renego da v
Oh! Renego da viagem e de quem me há-de levar! Há 'qui me
inho do mar? DIABO Não há tal costumagem. CORREGEDOR Nom e
? DIABO Quando éreis ouvidor nonne accepistis rapina? Pois
eis pela bolina onde nossa mercê for... Oh! que isca esse p
vobis quoque cum ea, não temuistis Deus. A largo modo adqu
istis sanguinis laboratorum ignorantis peccatorum. Ut quid e
s, arrais, nonne legistis que o dar quebra os pinedos? Os d
eitos estão quedos, sed aliquid tradidistis... DIABO Ora en
aliquid tradidistis... DIABO Ora entrai, nos negros fados!
eis ao lago dos cães e vereis os escrivães como estão tã
z? DIABO Que serês bom remador. Entrai, bacharel doutor, e
eis dando na bomba. PROCURADOR E este barqueiro zomba... Jog
rel doutor, e ireis dando na bomba. PROCURADOR E este barque
o zomba... Jogatais de zombador? Essa gente que aí está pe
ncia e passai-nos como vossos! PARVO Hou, homens dos brevia
os, rapinastis coelhorum et pernis perdigotorum e mijais nos
nastis coelhorum et pernis perdigotorum e mijais nos campana
os! CORREGEDOR Oh! não nos sejais contrairos, pois nom temo
ijais nos campanairos! CORREGEDOR Oh! não nos sejais contra
os, pois nom temos outra ponte! PARVO Belequinis ubi sunt? E
mos outra ponte! PARVO Belequinis ubi sunt? Ego latinus maca
os. ANJO A justiça divinal vos manda vir carregados porque
t? Ego latinus macairos. ANJO A justiça divinal vos manda v
carregados porque vades embarcados nesse batel infernal. CO
infernal. CORREGEDOR Oh! nom praza a São Marçal! coa ribe
a, nem co rio! Cuidam lá que é desvario haver cá tamanho
que é desvario haver cá tamanho mal! PROCURADOR Que ribe
a é esta tal! PARVO Parecês-me vós a mi como cagado nebri
URADOR Diz um texto do Degredo... DIABO Entrai, que cá se d
á! E Tanto que foram dentro no batel dos condenados, disse
manda fazer....» CORREGEDOR E vós... tornar a tecer e urd
outra meada. BRÍZIDA Dizede, juiz d'alçada: vem lá Pêro
d'alçada: vem lá Pêro de Lixboa? Levá-lo-emos à toa e
á nesta barcada. Vem um homem que morreu Enforcado, e, cheg
bora, enforcado! Que diz lá Garcia Moniz? ENFORCADO Eu te d
ei que ele diz: que fui bem-aventurado em morrer dependurado
om é essa a nau que eu governo. DIABO Mando-te eu que aqui
ás. ENFORCADO Oh! nom praza a Barrabás! Se Garcia Moniz di
mil latins, mui lindos, feitos de cera. E, no passo derrade
o, me disse nos meus ouvidos que o lugar dos escolhidos era
eus ouvidos que o lugar dos escolhidos era a forca e o Limoe
o; nem guardião do moesteiro nom tinha tão santa gente com
escolhidos era a forca e o Limoeiro; nem guardião do moeste
o nom tinha tão santa gente como Afonso Valente que é agor
ha tão santa gente como Afonso Valente que é agora carcere
o. DIABO Dava-te consolação isso, ou algum esforço? ENFOR
ermão. DIABO Entra, entra no batel, que ao Inferno hás-de
! ENFORCADO O Moniz há-de mentir? Disse-me que com São Mig
el, que ao Inferno hás-de ir! ENFORCADO O Moniz há-de ment
? Disse-me que com São Miguel jentaria pão e mel tanto que
o burel. Agora não sei que é isso: não me falou em ribe
a, nem barqueiro, nem barqueira, senão - logo ò Paraíso.
a não sei que é isso: não me falou em ribeira, nem barque
o, nem barqueira, senão - logo ò Paraíso. Isto muito em s
é isso: não me falou em ribeira, nem barqueiro, nem barque
a, senão - logo ò Paraíso. Isto muito em seu siso. e era
ABO Falou-te no Purgatório? ENFORCADO Disse que era o Limoe
o, e ora por ele o salteiro e o pregão vitatório; e que er
o? ENFORCADO Disse que era o Limoeiro, e ora por ele o salte
o e o pregão vitatório; e que era mui notório que àquele
que te salvaras. Não o quiseste tomar... - Alto! Todos a t
ar, que está em seco o batel! - Saí vós, Frei Babriel! Aj
vós, Frei Babriel! Ajudai ali a botar! Vêm Quatro Cavale
os cantando, os quais trazem cada um a Cruz de Cristo, pelo
assi cantavam, quanto a palavra dela, é a seguinte: CAVALE
OS À barca, à barca segura, barca bem guarnecida, à barca
s espadas e escudos, disse o Arrais da perdição desta mane
a: DIABO Cavaleiros, vós passais e nom perguntais onde is?
os, disse o Arrais da perdição desta maneira: DIABO Cavale
os, vós passais e nom perguntais onde is? 1º CAVALEIRO Vó
avaleiros, vós passais e nom perguntais onde is? 1º CAVALE
O Vós, Satanás, presumis? Atentai com quem falais! 2º CAV
ós, Satanás, presumis? Atentai com quem falais! 2º CAVALE
O Vós que nos demandais? Siquer conhecê-nos bem: morremos
er conhecê-nos bem: morremos nas Partes d'Além, e não que
ais saber mais. DIABO Entrai cá! Que cousa é essa? Eu nom
i cá! Que cousa é essa? Eu nom posso entender isto! CAVALE
OS Quem morre por Jesu Cristo não vai em tal barca como ess
Cristo não vai em tal barca como essa! Tornaram a prossegu
, cantando, seu caminho direito à barca da Glória, e, tant
ca como essa! Tornaram a prosseguir, cantando, seu caminho d
eito à barca da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: A
da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: ANJO Ó cavale
os de Deus, a vós estou esperando, que morrestes pelejando
por Cristo, Senhor dos Céus! Sois livres de todo mal, márt
es da Santa Igreja, que quem morre em tal peleja merece paz
o? Hou! Pesar de meu avô! Soma, vim adoecer e fui má-hora
, e nela, pera mi só. DIABO De que morreste? PARVO De quê?
NFORCADO Eu te direi que ele diz: que fui bem-aventurado em
dependurado como o tordo na buiz, e diz que os feitos que e
elo qual Senhor e acrecentamento de Sua santa fé católica
am em poder dos mouros. Absoltos a culpa e pena per privilé


5. Taverna

o, como um sonâmbulo? — É o Fichtismo na embriaguez! Esp
itualista, bebe a imaterialidade da embriaguez! — Oh! vazi
embriaguez! — Oh! vazio! meu copo esta vazio! Olá taverne
a, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, d
s nossas reminiscências, de todos os nossos sonhos que ment
am, de todas as nossas esperanças que desbotaram, uma últi
as esperanças que desbotaram, uma última saúde! A taverne
a ai nos trouxe mais vinho: uma saúde! O fumo e a imagem do
o, e o transunto de tudo quanto ha mais vaporoso naquele esp
itualismo que nos fala da imortalidade da alma! e pois, ao f
osse tornar-se em lodo e podridão, como as faces belas da v
gem morta, não podeis crer que ele morra? Doidos! nunca vel
Doidos! nunca velada levastes porventura uma noite a cabece
a de um cadáver? E então não duvidastes que ele não era
uela fronte iam palpitar de novo, aquelas pálpebras iam abr
-se, que era apenas o ópio do sono que emudecia aquele home
a alma não é como a lua, sempre moça, nua e bela em sue v
gindade eterna! a vida não e mais que a reunião ao acaso d
vejar-se no cálice da flor ou na fronte da criança mais lo
a e bela. Como Schiller o disse, o átomo da inteligência d
alvez para o coração de um ser impuro. Por isso eu vo-lo d
ei: se entendeis a imortalidade pela metempsicose, bem! talv
ou os cabelos, essas crenças frias? A nós os sonhos do esp
itualismo. — Archibald! deveras, que é um sonho tudo isso
um sonho tudo isso! No outro tempo o sonho da minha cabece
a era o espírito puro ajoelhado no seu manto argênteo, num
timo o revela nas horas frias do medo, nas horas em que se t
ita de susto e que a morte parece roçar úmida por nós! Na
os? — Miséria! quando me vierdes falar em poesia eu vos d
ei: aí há folhas inspiradas pela natureza ardente daquela
me vierdes falar em poesia eu vos direi: aí há folhas insp
adas pela natureza ardente daquela terra como nem Homero as
uela terra como nem Homero as sonhou, como a humanidade inte
a ajoelhada sobre os túmulos do passado nunca mais lembrar
sões santas, nos desvarios daquele povo estúpido, eu vos d
ei: miséria! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é
! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é falso: ment
am como as miragens do deserto! — Estas ébrio, Johann! O
ês vezes miséria! Tudo aquilo é falso: mentiram como as m
agens do deserto! — Estas ébrio, Johann! O ateísmo é a
de Malebranche nos seus sonhos da visão em Deus. A verdade
a filosofia e o epicurismo. Hume bem o disse: o fim do homem
endem na toalha molhada de vinho, como os braços do carnice
o no cepo gotejante, o que nos cabe é uma historia sanguino
olenta, um daqueles contos fantásticos como Hoffmann os del
ava ao clarão dourado do Johannisberg! — Uma história me
que a esse reclamo erguera a cabeça amarelenta. Pois bem, d
-vos-ei uma historia. Mas quanto a essa, podeis tremer a gos
uele céu morno, o fresco das águas se exalava como um susp
o do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pel
: saiu. Eu segui-a. A noite ia cada vez mais alta: a lua sum
a-se no céu, e a chuva caía as gotas pesadas: apenas eu se
um túmulo prantos de órfão. Andamos longo tempo pelo lab
into das ruas: enfim ela parou: estávamos num campo. Aqui,
Era mesmo uma estátua: tão branca era ela. A luz dos toche
os dava-lhe aquela palidez de âmbar que lustra os mármores
ma estrela entre névoa, apertou-me em seus braços, um susp
o ondeou-lhe nos beiços azulados... Não era já a morte: e
s falar da catalepsia? É um pesadelo horrível aquele que g
a ao acordado que emparedam num sepulcro; sonho gelado em qu
da porta topei num corpo; abaixei-me, olhei: era algum cove
o do cemitério da igreja que aí dormira de ébrio, esqueci
lhei: era algum coveiro do cemitério da igreja que aí dorm
a de ébrio, esquecido de fechar a porta . Saí. Ao passar a
nu em minhas mãos frias... — Boa noite, moço: podes segu
, disse ele. Caminhei. — Estava cansado. Custava a carrega
mais esforço. Quando eu passei a porta ela acordou. O prime
o som que lhe saiu da boca foi um grito de medo... Mal eu fe
orta, bateram nela. Era um bando de libertinos meus companhe
os que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse. Fechei a m
. Quando entrei no quarto da moça vi-a erguida. Ria de um r
convulso como a insânia, e frio como a folha de uma espada
assim... Não houve como sanar-lhe aquele delírio, nem o r
do frenesi. Morreu depois de duas noites e dois dias de del
ava perfeitamente em cera, e paguei-lhe uma estátua dessa v
gem. Quando o escultor saiu, levantei os tijolos de mármore
cortinado? Não te lembras que eu te respondi que era uma v
gem que dormia? — E quem era essa mulher, Solfieri? — Qu
omo amuleto a capela de defunta. Hei-la! Abriu a camisa, e v
am-lhe ao pescoço uma grinalda de flores mirradas. —Vede-
u a camisa, e viram-lhe ao pescoço uma grinalda de flores m
radas. —Vede-la murcha e seca como o crânio dela! III BER
num dia ter três duelos com meus três melhores amigos, abr
três túmulos àqueles que mais me amavam na vida — e de
queles que mais me amavam na vida — e depois, depois sent
-me só e abandonado no mundo, como a infanticida que matou
olhos que brilham e os lábios de rosa d'Alexandria sem del
ar sonhos delas por longas noites ardentes! Andaluzas! sois
o após tanto desejo e tanta esperança eu sorvi-lhe o prime
o beijo, tive de partir da Espanha para Dinamarca onde me ch
tanta esperança eu sorvi-lhe o primeiro beijo, tive de part
da Espanha para Dinamarca onde me chamava meu pai. Foi uma
te de lágrimas — eram as últimas — depois deixou-se ca
, pôs as mãos no peito, e com os olhos em mim murmurou: De
orava, mas era de saudades de Ângela... Logo que pude reduz
minha fortuna a dinheiro pus-la no banco de Hamburgo, e par
es de Ângela... Logo que pude reduzir minha fortuna a dinhe
o pus-la no banco de Hamburgo, e parti para a Espanha. Quand
mava como uma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e at
ava as armas como um Espanhol. Quando o vapor dos licores me
cio: os cavalos de uma carruagem pisaram-me ao passar e part
am-me a cabeça de encontro à lájea. Acudiram-me desse pal
o passar e partiram-me a cabeça de encontro à lájea. Acud
am-me desse palácio. Depois amaram-me: a família era um no
dio terrível. Uma noite que eu jogava com Siegfried — o p
ata, depois de perder as últimas jóias dela, vendi-a. A mo
ias dela, vendi-a. A moça envenenou Siegfried logo na prime
a noite, e afogou-se... . . . . . . . . . . . . . . . . . .
da vida acordou-se em mim. A princípio tinha sido uma cegue
a, uma nuvem ante meus olhos, como aos daquele que labuta na
.. Quando recobrei os sentidos estava num escaler de marinhe
os que remavam mar em fora. Aí soube eu que meu salvador ti
homem. Pelas faces vermelhas caiam-lhe os crespos cabelos lo
os onde a velhice alvejava algumas cãs. Ele perguntou-me:
r na terra, e não deixaram morrer no mar. — Queres pois v
a bordo? — A menos que não prefirais atirar-me ao mar.
mar. — Queres pois vir a bordo? — A menos que não pref
ais atirar-me ao mar. — Não o faria: tens uma bela figura
Queres pois vir a bordo? — A menos que não prefirais at
ar-me ao mar. — Não o faria: tens uma bela figura. Levar-
Não o faria: tens uma bela figura. Levar-te-ei comigo. Serv
ás... — Servir!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio:
s uma bela figura. Levar-te-ei comigo. Servirás... — Serv
!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio: deixai que me at
!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio: deixai que me at
e ao mar... — Não queres servir? queres então viajar de
lhe frio: deixai que me atire ao mar... — Não queres serv
? queres então viajar de braços cruzados? — Não: quando
raços cruzados? — Não: quando for a hora da manobra dorm
ei: mas quando vier a hora do combate ninguém será mais va
cro a história do cadáver cujo guarda o segredo... e ele d
-vos-a apenas que tem no seio um corpo que se corrompe! lere
esperança adormecendo esquecido entre as ondas. Os marinhe
os a respeitavam: quando pelas noites de lua ela repousava o
m junto dela se descobriam respeitosos. Nunca ninguém lhe v
a olhares de orgulho, nem lhe ouvira palavras de cólera: er
sos. Nunca ninguém lhe vira olhares de orgulho, nem lhe ouv
a palavras de cólera: era uma santa. Era a mulher do comand
do nela ao frio das vagas e ao calor dos trópicos, que susp
ou nas horas de quarto, alta noite na amurada do navio, lemb
uarto, alta noite na amurada do navio, lembrando-a nos nevoe
os da cerração, nas nuvens da tarde… Pobres doidos! pare
e que esses homens amam muito! A bordo ouvi a muitos marinhe
os seus amores singelos: eram moças loiras da Bretanha e da
vi a muitos marinheiros seus amores singelos: eram moças lo
as da Bretanha e da Normandia, ou alguma espanhola de cabelo
om sua cesta de flores, ou adormecida entre os laranjais che
osos, ou dançando o fandango lascivo nos bailes ao relento!
ela sorria as vezes quando cismava sozinha, mas era um sorr
tão triste que doía. Coitada! Um poeta a amaria de joelho
. Um dia, meses depois, li-os, ri-me deles e de mim; e os at
ei ao mar... Era a última folha da minha virgindade que lan
de mim; e os atirei ao mar... Era a última folha da minha v
gindade que lançava ao esquecimento... Agora, enchei os cop
isos, com seus olhos úmidos e os seios intumescidos de susp
os, aquela mulher me enlouquecia as noites. Era como uma vid
. . . . . . . . . . . . . . . . . Uma vez ao madrugar o gaje
o assinalou um navio. Meia hora depois desconfiou que era um
assinalou um navio. Meia hora depois desconfiou que era um p
ata... Chegávamos cada vez mais perto. Um tiro de pólvora
u que era um pirata... Chegávamos cada vez mais perto. Um t
o de pólvora seca da corveta reclamou a bandeira. Não resp
perto. Um tiro de pólvora seca da corveta reclamou a bande
a. Não responderam. Deu-se segundo: nada. Então um tiro de
andeira. Não responderam. Deu-se segundo: nada. Então um t
o de bala foi cair nas águas do barco desconhecido como uma
onderam. Deu-se segundo: nada. Então um tiro de bala foi ca
nas águas do barco desconhecido como uma luva de duelo. O
eguido rumo oposto ao nosso e vinha proa contra nossa proa v
ou de bordo e apresentou-nos seu flanco enfumaçado: um rel
u flanco enfumaçado: um relâmpago correu nas baterias do p
ata, um estrondo seguiu-se... e uma nuvem de balas veio morr
em de balas veio morrer perto da corveta. Ela não dormia, v
ou de bordo: os navios ficaram lado a lado. À descarga do n
vios ficaram lado a lado. À descarga do navio de guerra o p
ata estremeceu como se quisesse ir a pique. . . . . . . . .
rga do navio de guerra o pirata estremeceu como se quisesse
a pique. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O p
ata fugia: a corveta deu-lhe caça: as descargas trocaram-se
trocaram-se então mais fortes de ambos os lados. Enfim o p
ata pareceu ceder. Atracaram-se os dois navios como para uma
esta ocasião sentiu-se uma fumaça que subia do porão. O p
ata dera fogo às pólvoras... Apenas a corveta por uma mano
fez-lhe grandes estragos. Alguns minutos depois o barco do p
ata voou pelos ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela
oou pelos ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela fogue
a de chamas, ao estrondo da pólvora, ao reverberar deslumbr
deslumbrador do fogo nas águas, os homens arrojados ao ar
em cair no oceano. Uns a meio queimados se atiravam a água,
brador do fogo nas águas, os homens arrojados ao ar irem ca
no oceano. Uns a meio queimados se atiravam a água, outros
ojados ao ar irem cair no oceano. Uns a meio queimados se at
avam a água, outros com os membros esfolados e a pele a des
a uma praia bravia, cortada de rochedos Aí se salvaram os p
atas que puderam fugir. E nesse tempo enquanto o comandante
rtada de rochedos Aí se salvaram os piratas que puderam fug
. E nesse tempo enquanto o comandante se batia como um bravo
pertar foi a um grito de agonia... — Olá, mulher, taverne
a maldita, não vês que o vinho acabou-se? Depois foi um qu
ecer, sabeis quanto se côa de horror ante aqueles homens at
ados ao mar, num mar sem horizonte, ao balanço das águas,
os que esperam e desesperam, aos soluços dos que tremem e t
itam de susto como aquele que bate a porta do nada... E eu,
vamos cinco: eu, a mulher do comandante, ele e dois marinhe
os… Alguns dias comemos umas bolachas repassadas da salsug
s — um amor de mulher que morreu nos meus braços na prime
a noite de embriaguez e de febre — e uma agonia de poeta..
a e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai... O velho t
ou do bolso um embrulho: era um lençol vermelho o invólucr
vermelho o invólucro: desataram-no: dentro estava uma cave
a. — Uma caveira! gritaram em torno: és um profanador de
lucro: desataram-no: dentro estava uma caveira. — Uma cave
a! gritaram em torno: és um profanador de sepulturas? — O
s do vale dorme uma criatura branca como o véu das minhas v
gens, loira como o reflexo das minhas nuvens, harmoniosa com
dorme uma criatura branca como o véu das minhas virgens, lo
a como o reflexo das minhas nuvens, harmoniosa como as arage
e, vai, e serás feliz! Tudo isso é belo, sim!... mas é a
onia mais amarga, a decepção mais árida de todas as ironi
a ironia mais amarga, a decepção mais árida de todas as
onias e de todas as decepções. Tudo isso se apaga diante d
que se aquenta no eflúvio da luz mais ardente do sol — ca
assim com as asas torpes e verminosas no lodo das charnecas
smo do homem —manda a morte de um para a vida de todos. T
amos a sorte... o comandante teve por lei morrer. Então o i
e sem termo e as velas que. branqueiam ao longe parecem fug
! Pobre louco! Eu ri-me do velho. Tinha as entranhas em fogo
o deserto das águas... eles temem-na, tremem diante da cave
a fria da morte! Eu ri-me porque tinha fome. Então o homem
falecia... caiu: pus-lhe o pé na garganta, sufoquei-o e exp
ou... Não cubrais o rosto com as mãos — faríeis o mesmo
o amor que nos queimava: gastamo-lo em convulsões para sent
ainda o mel fresco da voluptuosidade banhar-nos os lábios.
. Quando soltei-me dos braços dela a fraqueza a fazia desva
ar. O delírio tornava-se mais longo, mais longo: debruçava
is de entuviada... Estava louca. Não dormi, não podia dorm
: uma modorra ardente me fervia as pálpebras, o hálito de
se apoderou de mim. Uma vertigem me rodeava. O mar parecia r
de mim, e rodava em torno, escumante e esverdeado, como um
no, escumante e esverdeado, como um sorvedouro. As nuvens pa
avam correndo e pareciam filtrar sangue negro. O vento que m
ra o brigue inglês Swallow, que me salvara... Olá, taverne
a, bastarda de Satã! não vês que tenho sede, e as garrafa
outros criam-no compaixão pela pobre moca que vivia de serv
de modelo. O fato e que ele a queria como filha, como Laura
a queria como filha, como Laura, a filha única de seu prime
o casamento, Laura!... corada como uma rosa e loira como um
seu primeiro casamento, Laura!... corada como uma rosa e lo
a como um anjo. Eu era nesse tempo moço: era aprendiz de pi
sonhos de dezoito anos. Nauza também me amava: era um sent
tão puro! era uma emoção solitária e perfumosa como as
vam no fundo de mármore. Laura parecia querer-me como a um
mão. Seus risos, seus beijos de criança de quinze anos era
nos braços dela. O fogo de meus dezoito anos, a primavera v
ginal de uma beleza, ainda inocente, o seio seminu de uma do
estou desonrada para sempre... A princípio eu quis-me ilud
, já não o posso, estou de esperanças... Um raio que me c
esperança e de sede que me banhavam de lágrimas o travesse
o. Só as vezes a sombra de um remorso me passava, mas a ima
m grito, estendeu convulsivamente os braços como para repel
uma idéia, passou a mão pelos lábios como para enxugar a
ia, banhada de suor gelado, e arquejou... Era o último susp
o. Um ano todo se passou assim para mim. O velho parecia end
minha vida é uma desesperança — o que me resta? Adeus,
ei longe daqui... talvez então eu possa chorar sem remorso.
entre os vidros da janela aberta e batia nela: nunca eu a v
a tão pura e divina! . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ça, acordou-me e levou-me de rasto ao quarto de Laura... At
ou-me ao chão: fechou a porta. Uma lâmpada estava acesa no
ante tão lívido na tela e lembrei-me que naquele dia ao sa
do quarto da morta, no espelho dela que estava ainda pendur
quando eu saia do quarto de Laura com o mestre, no escuro v
a uma roupa branca passar-me por perto, roçaram-me uns cabe
avam umas passadas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo v
a c tudo ouvira, que se acordara e sentira minha falta no le
adas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo vira c tudo ouv
a, que se acordara e sentira minha falta no leito, que ouvir
ra Nauza que tudo vira c tudo ouvira, que se acordara e sent
a minha falta no leito, que ouvira esses soluços e gemidos,
ira, que se acordara e sentira minha falta no leito, que ouv
a esses soluços e gemidos, e correra para ver… . . . . .
a e uma lanterna e chamou-me para acompanhá-lo. Tinha de sa
fora da cidade e não queria ir só. Saímos juntos: a noit
a acompanhá-lo. Tinha de sair fora da cidade e não queria
só. Saímos juntos: a noite era escura e fria. O outono de
ra escura e fria. O outono desfolhara as árvores e os prime
os sopros do inverno rugiam nas folhas secas do chão. Camin
litário. O velho parou. Era na fralda de uma montanha. À d
eita o rochedo se abria num trilho: à esquerda as pedras so
pés a cada passada se despegavam e rolavam pelo despenhade
o e, instantes depois, se ouvia um som como de água onde ca
também Um aprendiz — um miserável que ele erguera da poe
a, como o vento às vezes ergue uma folha, mas que ele podia
o o vento às vezes ergue uma folha, mas que ele podia reduz
a ela quando quisesse… Eu estremeci, os olhares do velho
o quisesse… Eu estremeci, os olhares do velho pareciam fer
-me. — Nunca ouviste essa história, meu bom Gennaro? —
bre coração do velho? — Piedade! — E teve ele dó da v
gem, da desonra, da infanticida? — Ah! gritei. — Que ten
castigo pior que a morte, eu to daria. Olha esse despenhade
o! É medonho! se o visses de dia, teus olhos se escureceria
guardará o segredo, como um peito o punhal. Só os corvos
ão lá ver-te, só os corvos e os vermes. E pois, se tens a
stava armado. Eu... eu era uma criança débil: ao meu prime
o passo ele me arrojaria da pedra em cujas bordas eu estava.
Estou pronto, disse. O velho riu-se: infernal era aquele r
dos seus lábios estalados de febre. Só vi aquele riso...
alavam nas mãos, as raízes secas que saiam pelo despenhade
o estalavam sobre meu peso e meu peito sangrava nos espinhai
am apanhado junto da torrente, preso nos ramos de uma azinhe
a gigantesca que assombrava o rio. Era depois de um dia e um
írios que eu acordara. Logo que sarei, uma idéia me veio:
ter com o mestre. Ao ver-me salvo assim daquela morte horr
quisera matar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu havia
chorar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cuspir
gonia e eu havia ir chorar-lhe ainda aos pés para ele repel
-me ainda, cuspir-me nas faces, e amanhã procurar outra vin
ir chorar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cusp
-me nas faces, e amanhã procurar outra vingança mais segur
o cheguei a casa do mestre achei-a fechada. Bati... não abr
am. O jardim da casa dava para a rua: saltei o muro: tudo es
forma de mulher com a face na mesa, e os cabelos caídos: at
ado numa poltrona um vulto coberto com um capote. Entre eles
uras de noites de orgia; mas para que? Fora escárnio Faust
lembrar a Mefistóteles as horas de perdição que lidou co
minha existência libertina. Se o não lembrásseis, a prime
a mulher das ruas pudera conta-lo. Nessa torrente negra que
nos tonteia então... ideai-la melhor a loucura que nos del
a naqueles jogos de milhares de homens, onde fortuna, aspira
lira naqueles jogos de milhares de homens, onde fortuna, asp
ações, a vida mesma vão-se na rapidez de uma corrida, ond
nde todo esse complexo de misérias e desejos, de crimes e v
tudes que se chama a existência se joga numa parelha de cav
m as lupercais romanas, nem os incêndios de uma cidade inte
a lhe alimentariam a seiva de morte, essa vitalidade do vene
de que fala Byron. Meu lance no turf foi minha fortuna inte
a. Eu era rico, muito rico então: em Londres ninguém osten
a: víssei-la assim e, à fé, senhores, que não havíeis r
de escárnio como rides agora! — Romantismo! deves estar
a! murmurou Bertram. — Poesia! por que pronunciar-lho à v
gem casta o nome santo como um mistério, no lodo escuro da
o presente incerto e vago de um gozo místico, pelo qual a v
gem morre de volúpia, sem sabe-lo por que... — Silêncio,
orto: cobre-as uma cristalização calcária, enfezam-se e m
ram. A poesia, eu to direi também por minha vez, é o vôo
alização calcária, enfezam-se e mirram. A poesia, eu to d
ei também por minha vez, é o vôo das aves da manhã no ba
o disse Hamlet; e tudo isso é inanido e vazio como uma cave
a seca, mentiroso como os vapores infectos da terra que o so
; e tudo isso é inanido e vazio como uma caveira seca, ment
oso como os vapores infectos da terra que o sol no crepúscu
como os vapores infectos da terra que o sol no crepúsculo
isa de mil cores, e que se chamam as nuvens, ou essa fada zo
-la e sonhá-la: apertei minhas mãos jurando que isso não
ia além, que era muito esperar em vão e que se ela viria,
ão iria além, que era muito esperar em vão e que se ela v
ia, como Gulnare aos pés do Corsário, a ele cabia ir ter c
ela viria, como Gulnare aos pés do Corsário, a ele cabia
ter com ela. Uma noite tudo dormia no palácio do duque. A
ta pálida. Parecia uma fade que dormia ao luar... O reposte
o do quarto agitou-se: um homem aí estava parado, absorto.
queria: a sua vontade era como a folha de um punhal — fer
ou estalar. Na mesa havia um copo e um frasco de vinho, enc
pergunta o nome da prostituta com quem dormia e que sentiu
a seus beijos, quando nem há dele mister por escrever-lho
m desgraçado que não pode viver na terra, e não deixaram
no mar. — Queres pois vir a bordo? — A menos que não p
pirata, um estrondo seguiu-se... e uma nuvem de balas veio
perto da corveta. Ela não dormia, virou de bordo: os navio
vida de todos. Tiramos a sorte... o comandante teve por lei
. Então o instinto de vida se lhe despertou ainda. Por um d
Pobre louco! Eu ri-me do velho. Tinha as entranhas em fogo.
hoje, amanhã, ou depois... tudo me era indiferente, mas ho
um dia, dois, sem comer nem beber... Então ela propôs-me
comigo. — Eu disse-lhe que sim. Esse dia foi a última ag
aro, eu te perdôo: eu te perdôo tudo... Eras um infame...
ei... Fui uma louca... Morrerei... por tua causa... teu filh
dôo tudo... Eras um infame... Morrerei... Fui uma louca...
ei... por tua causa... teu filho... o meu... vou vê-lo aind
ecia endoidecido. Todas as noites fechava-se no quarto onde
a Laura: levava aí a noite toda em solidão. Dormia? ah que
jaria da pedra em cujas bordas eu estava... Só me restaria
com ele, arrastá-lo na minha queda. Mas para que? E curvei

6. Maiombola

a dois anos após Vanusa Cabimba e João Mavinga | Soyo O ba
ro Kungo a Yenguele, no Soyo, província do Zaire, entrou em
| Soyo O bairro Kungo a Yenguele, no Soyo, província do Za
e, entrou em polvorosa quando se soube do regresso de Samuel
o Jornal de Angola teve acesso e cuja autenticidade foi conf
mada pelo director clínico do Hospital Municipal do Soyo, G
ngola teve acesso e cuja autenticidade foi confirmada pelo d
ector clínico do Hospital Municipal do Soyo, Garcia Diwampo
do Jornal de Angola que, após a notícia do acidente e conf
mada a morte de Samuel João Inês, foram cumpridos os trâm
foi trabalhar para uma fazenda, no Uíje?. Este é o verdade
o Samuel Inês: ?ele tem nas costas uma marca de nascença e
nça e eu vi essa marca", garante a mãe. Minga também conf
ma que este "Samuel" tem nas costas a mesma marca do falecid
de Samuel João Inês, onde ele se encontra hospedado, no Ba
ro 1º de Maio, inúmeras pessoas passam por lá na ânsia d
regressar ao convívio familiar. O soba Salomão Kosi, do Ba
ro 1º de Maio, Zona C, garantiu à nossa reportagem que na
as regiões, a fim de trabalharem nas lavras ou como feitice
os. Mas trata-se de uma crença popular, que nada tem a ver
o da comuna de Sumba. Este não foi, com toda a certeza. O d
ector clínico do Hospital Municipal do Soyo, Garcia Diwampo
ico do Hospital Municipal do Soyo, Garcia Diwampovessa, conf
ma: ?fui eu que dei o parecer médico nos documentos oficiai
amuel João Inês ser o que foi enterrado: ?e é fácil conf
mar, basta ir ao cemitério e verificar se o caixão está v
nês ser o que foi enterrado: ?e é fácil confirmar, basta
ao cemitério e verificar se o caixão está vazio?. Evaris
a sua estada na terra. Todos os homens estão destinados a
uma só vez?.

7. Sacrílego

Eça de Que
oz, o sacrílego Ainda estou me encantando com A Relíquia.
osas que ele cumpria só pra agradar a tia. Olha só a prime
a visão que o garoto teve de uma mulher bonita, exatamente
a mulher bonita, exatamente quando estava rezando. Achei adm
ável o jeito como ele usa três sentidos (olfato, visão, a
a presença da mulher causa no garoto. Ele quase me fez sent
o perfume também. Quando recolhíamos ao quarto, alumiados
vorosos: Porque agora, eu estava bem decidido a não deixar
para Jesus, filho de Maria, a aprazível fortuna do Comenda
a, na sua Igreja da Graça? E ainda voltava, do alto do made
o, os olhos vorazes para um bule de prata, e uns insípidos
sses mesquinhos, fugitivos haveres, tu, ó filho do carpinte
o, mostrando à Titi a chaga que por ela recebeste, uma tard
São José, favorito da sua alma, para que fosse ele o prime
o a receber a ardente rajada de preces que ia escapar-se, em
astos. Depois, em silêncio, desapareceu, cerrando o reposte
o com recato. E eu ali fiquei, sentado na almofada da Titi,
quei, sentado na almofada da Titi, coçando os joelhos, susp
ando alto ? e pensando na Viscondessa de Souto Santos eu de
Santos eu de Vilar-o-Velho, e nos beijos vorazes que lhe at
aria por aqueles ombros maduros e suculentos, se a pudesse t
o de Jesus, meu Salvador! Sacrilégio. E literatura de prime
a.
m ti que morreste por nos amar de mais, se em mim que quero
por não te saber amar bastante!. . . Assim pensava olhando

8. Malagueiro

"
para o malagueiro" - Significa algo que se dá como perdido
"Ir para o malague
o" - Significa algo que se dá como perdido. Daí a analogia
Significa algo que se dá como perdido. Daí a analogia com
, perder, desaparecer, estragar, etc, ou seja, tudo o que po


9. Autômato

O ventríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de
morrer em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica
entríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de ir
em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica." (Tre

10. Politécnica

O ventríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de
morrer em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica
entríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de ir
em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica. (Trec

11. Títeres

O ventríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de
morrer em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica
entríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de ir
em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica. (Trec

12. Cosmorama

O ventríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de
morrer em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica
entríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de ir
em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica." (Tre


13. Ventrilóquo

O ventríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de
morrer em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica
entríloquo Fitz-James prosperou no café Borel antes de ir
em Montmartre entre os alunos da Escola Politécnica. (Trec